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Accionistas do BPI chumbam cisão de activos africanos
Os accionistas do BPI, reunidos em assembleia-geral no Porto, chumbaram a proposta da administração de cisão dos activos africanos. Isabel dos Santos foi a accionista que impediu a separação proposta por Ulrich.
A operação visava dar resposta às exigências do Banco Central Europeu (BCE) para que o banco reduza a sua exposição a Angola. E o prazo limite para resolver o problema está cada vez mais próximo: 31 de Março.
Para que a separação entre o BPI e os activos africanos fosse aprovada era necessária uma maioria de dois terços dos votos favoráveis à operação. Assim, era imprescindível o apoio da Santoro, sociedade de Isabel dos Santos que, com 18,6% do capital do banco, tem poder de veto sempre que uma decisão exige uma maioria qualificada, devido à blindagem de estatutos, que a administração do banco pretende agora eliminar. Uma proposta que também conta com a oposição da segunda maior accionista.
Recusa já era esperada
A empresária angolana já se tinha manifestado contra a cisão, designadamente no papel de accionista da Unitel, operadora de telecomunicações que é parceira do BPI no BFA (Banco de Fomento de Angola) e que, de acordo com os estatutos do banco angolano, tinha de aprovar a operação. Apesar de não ter a maioria do capital da Unitel, que tem 49,9% do BFA, Isabel dos Santos tem o controlo de gestão da empresa.
Na AG de hoje bastou, por isso, o voto contra da Santoro, de Isabel dos Santos, para reprovar o projecto da administração do banco. Com os votos limitados a 20% do capital (a CaixaBank com 44,4%), Isabel dos Santos (com 18,6%) detém poder de bloqueio, tendo em conta o universo de accionistas (82,5%) representado na sala. De acordo com o comunicado do BPI, estavam presentes e representados 221 accionistas.
Na mesma reunião de accionistas, foi ratificada a cooptação de Lluís Vendrell Pi para administrador do BPI (com o sim de 99,22% dos votos expressos) e foi também aprovada, por 99,99% dos votos, a autorização para a administração adquirir e alienar acções próprias (uma autorização que é habitualmente dada todos os anos).
(Notícia actualizada às 12:45 com informações constantes do comunicado à CMVM)