Notícia
Acabou a Rocha dos Santos Holding de Nuno Vasconcellos
Constituída em 2009, a Rocha dos Santos Holding tinha participações sociais em empresas do grupo Ongoing. Detinha uma fundação. Por dois anos seguidos, não entregou contas. Entrou agora em liquidação.
A Rocha dos Santos Holding, sociedade de Nuno Vasconcellos, acabou. Era uma sociedade que tinha participações sociais noutras sociedades. O administrador demissionário diz que são "empresas sem actividade": "veículos". A "holding" chegou a ter uma posição na Fundação Rocha dos Santos, criada em conjunto com a Ongoing, do mesmo Nuno Vasconcellos. A dissolução foi agora decretada.
"Dissolução e encerramento da liquidação". É esta a inscrição de 24 de Novembro no Portal de Justiça sobre a Rocha dos Santos Holding SGPS SA, com sede na Rua Vítor Cordon, 19, como grande parte das empresas do grupo Ongoing.
Todo o grupo está em problemas desde a queda do Banco Espírito Santo e, depois, desde a derrocada na PT, onde a Ongoing, através da RS Holding, chegou a deter uma posição de 10%.
A Rocha dos Santos Holding era uma sociedade mais familiar no âmbito da estrutura do grupo. Segundo o Correio da Manhã, Isabel Rocha dos Santos detinha 99,9% do capital. Isabel Rocha dos Santos é a mãe de Nuno Vasconcellos, o rosto do grupo que quis comprar a Media Capital, dona da TVI, e que chegou a ser accionista da Impresa, proprietária da SIC.
Pouco mais se sabe mas as entradas no Portal de Justiça dão mais algumas pistas sobre a "holding". Foi constituída a 5 de Janeiro de 2009. Nuno Vasconcellos era o presidente, com mais três vogais: Rafael Mora, com quem partilhara a administração de várias empresas do grupo, Paulo Cardeira Gomes e ainda James Risso-Gill.
"Gestão de participações sociais noutras sociedades como forma indirecta de exercício de actividades económicas" era o seu objecto. 50 mil euros era o capital social desta sociedade com sede nas Amoreiras, Torre II, piso 3, sala 10. Quais especificamente são as empresas não se sabe.
Em Março daquele ano, a sede da sociedade da família herdeira da Sociedade Nacional dos Sabões muda para a Vítor Cordon, onde estava concentrado o grupo liderado por Nuno Vasconcellos e Rafael Mora. Uma sede que está há anos à venda.
A fundação Rocha dos Santos
Um ano passou e, em Setembro de 2010, a Rocha dos Santos Holding cria, em seu nome e da Ongoing, a Fundação Rocha dos Santos, cujos estatutos prevêem a criação de bolsas de estudo, subsídios e prémios destinados à educação. O jornal O Mirante tem respostas de Isabel Rocha dos Santos, que não dava entrevistas, ao facto de a fundação ter ajudado a Cebi, em Alverca.
Uma das questões é: "A fundação a que preside vai possibilitar que jovens oriundos de famílias mais desfavorecidas possam estudar. A questão da educação sensibiliza-a particularmente?" A resposta: "Acho que é uma questão das mais importantes de qualquer país. As nossas crianças além da educação académica também têm que alargar a visão. É muito importante que aprendam a ter noção de liderança".
Mas pouco se leu, nos jornais, sobre a "holding" ou a fundação. Nas notícias surgiram as companhias com Ongoing no nome, com a participação na PT e as ligações ao BES ou a propriedade do Diário Económico.
Da Rocha dos Santos Holding, e em relação a 2009, houve depois mudanças na administração. Dos administradores originais permaneceu apenas Nuno Rocha dos Santos de Almeida e Vasconcellos, que em 2015 tinha já a sua morada no Brasil. O vogal é Luís Vieira da Silva.
Contactado pelo Negócios por estar ainda em funções, Vieira da Silva afirma que está demissionário. Às perguntas, remete para os accionistas. Sobre a "holding", diz que tem participações em empresas sem actividade, veículos".
A queda da Rocha dos Santos Holding começou a 17 de Junho. "Ficam notificados os credores, a sociedade supra identificada, bem como os seus accionistas e administradores, de que teve início o procedimento administrativo de dissolução, pelo facto de, durante dois anos consecutivos, a sociedade não proceder ao registo da prestação de contas". No final do Verão, é proferido o despacho final no procedimento administrativo de dissolução "com a decisão de dissolução e encerramento da liquidação e o consequente cancelamento da matrícula da mesma".
O fim foi agora determinado, ao mesmo tempo que estão a cair outras empresas. As sociedades através do qual detinha participações na área de media, com o Diário Económico e o Económico TV, estão em insolvência.