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2018 foi o quarto ano de maiores perdas para as seguradoras com desastres naturais
Para além do impacto social que as catástrofes naturais ditaram ao longo de 2018, os prejuízos económicos amontoaram-se. As seguradoras ficaram responsáveis por acarretar com grande parte destas quantias.
As 389 catástrofes naturais registadas no ano passado deixaram para trás prejuízos económicos de 224 mil milhões de dólares (195,8 mil milhões de euros), aponta a Aon no relatório "Weather, Climate and Catastrophe Insight", divulgado esta terça-feira, 29 de janeiro.
Do total dos prejuízos, "90 mil milhões de dólares foram cobertos por programas de seguros do setor privado e pelos Governos, o quarto valor mais alto já registado", lê-se no comunicado de imprensa. Já as despesas que não foram suportadas pelas seguradoras desceram a 40%, o nível mais baixo em 13 anos.
O fardo financeiro que recaiu sobre o setor dos seguros foi particularmente pesado tendo em conta que 2017 e 2018 foram, na ótica do impacto das catástrofes naturais, os anos consecutivos mais caros de que há registo, tanto no que toca às perdas económicas exclusivamente relacionadas com o clima (653 mil milhões de dólares), como no que diz respeito a perdas seguradas (238 mil milhões de dólares).
Os ciclones tropicais e as tempestades foram os desastres que deixaram um rasto económico mais avassalador. Aqui estão incluídos o furacão Michael e o furacão Florence, nos Estados Unidos, tufão Jebi e Trami, no Japão ou o tufão Rumbia, na China. No entanto, o título de desastre natural mais caro vai para os incêndios de Camp Fire, na Califórnia, que custou 12 mil milhões de dólares.
Por cá, a grande catástrofe do ano veio na forma de furacão e foi batizado de Leslie. Este provocou danos de mais de 100 milhões de euros, dos quais 87 milhões de euros foram assegurados pelas seguradoras. Só os sinistros relacionados com atividades comerciais e industriais levaram 3,3 milhões de euros cada, ou um total de 36 milhões.
"Entre os factos mais relevantes deste tipo de eventos está o reconhecimento de que o risco de catástrofe continua a evoluir", alerta Steve Bowen, Diretor e Meteorologista da equipa Impact Forecasting da Aon." Desastres naturais vão sempre ocorrer. A forma como nos preparamos pode e vai desempenhar um papel fundamental nas perdas futuras", conclui.