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O que aconteceu aos 12.500 carros da Tesla que ‘desapareceram’?
Kyle Stock e Cory Johnson, da Bloomberg, analisam o ‘mistério’ dos veículos da Tesla que foram comprados mas que não foram registados.
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Nos primeiros nove meses de 2014, a Tesla Motors, que fabrica veículos eléctricos de alta performance, vendeu 21.821 carros eléctricos – o que correspondeu a um aumento de 40% face ao período homólogo do ano passado.
Até aqui, este ano tem-se revelado mais risonho do que 2013. Tudo sobre rodas, dir-se-ia. E assim seria se não houvesse um ‘mistério’ que está a lançar muitas dúvidas. É que o número de veículos Tesla registados no mesmo período foi de 9.331, segundo uma análise da Hedges & Co. a que a Bloomberg teve acesso. Que aconteceu, então, aos 12.490 carros (cerca de 60% das entregas) que faltam?
Terão, muito simplesmente, sido vendidos para fora dos Estados Unidos? Ou será que a Tesla afinal não vendeu a quantidade que reportou?
Ao longo dos tempos, conforme recorda Cory Johnson, temos visto empresas a ‘maquilharem’ os seus números quando querem apresentar excelentes margens brutas. E como? Fazendo sair bastante produto das suas fábricas. No caso dos carros, por exemplo, se uma empresa diz que vendeu menos, as acções tendem a cair em bolsa, acontecendo a situação inversa quando as vendas aumentaram. E nenhuma empresa quer ver as suas acções desvalorizarem.
Pode também acontecer que estes carros não registados nos EUA tenham seguido para a Europa, que é um mercado forte (nomeadamente a Noruega), mas há quem estranhe o facto de a empresa, quando confrontada com esta questão, não comente e remeta para o seu último relatório e contas. "A Tesla costumava dar-nos números concretos, mas deixou de o fazer. Porquê?", questiona-se Cory Johnson.
"A Tesla tem actualmente cerca de 40 concessionárias na Europa e começou a exportar carros para o Japão em Setembro e para a China no início deste ano", refere a Bloomberg. No entanto, acrescenta, "a tese das vendas fora dos EUA não bate totalmente certo com o que a Tesla disse". Com efeito, no seu mais recente relatório e contas, divulgado a 5 de Novembro, a fabricante automóvel referia que "a maioria" das suas vendas até ao final do terceiro trimestre tinham tido como destino a América do Norte.
