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Volkswagen suspende executivo após testes em macacos
O construtor automóvel Volkswagen suspendeu terça-feira um executivo de topo em resposta a críticas públicas generalizadas sobre experiências em macacos expostos a emissões de escapes de gasóleo.
A empresa disse terça-feira, em comunicado, que Thomas Steg, responsável pelas relações institucionais e sustentabilidade, foi afastado das responsabilidades, a seu pedido.
No documento, refere-se que a empresa está a "desenhar as primeiras consequências", enquanto se investiga as actividades da EUGT, a entidade apoiada pela Volkswagen e outros construtores automóveis alemães que financiaram a experiência com macacos.
Steg disse numa entrevista publicada no jornal Bild que sabia da experiência, mas não informou o então CEO da companhia, Martin Winterkorn.
Revelou também que rejeitou uma proposta inicial para usar voluntários humanos e afirmou que, mesmo depois da substituição por animais, a experiência "não devia ter acontecido".
A direcção da Volkswagen prometeu "consequências" internas para os responsáveis que permitiram testar emissões poluentes em macacos ou humanos.
O patrão do grupo automóvel, Matthias Muller, afirmou na segunda-feira à noite em Bruxelas, segundo a revista Spiegel, que os testes em macacos em 2014, revelados agora pelo New York Times, não eram éticos e eram repulsivos.
A Comissão Europeia declarou-se hoje "chocada" com o recurso a testes de emissões poluentes em macacos ou humanos na indústria automóvel alemã, instando as autoridades nacionais a responsabilizarem-se pelo tema.
"Estamos chocados com essas notícias, como todo o Mundo. Tomamos nota do objectivo das autoridades alemãs de investigar o assunto e esperamos que o façam", disse o porta-voz do executivo comunitário, na conferência de imprensa diária da instituição.