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Trabalhadores do parque industrial da Autoeuropa reúnem-se terça-feira para avaliar lay-off

Fábrica da VW em Palmela anunciou que vai fazer paragens temporárias devido a uma reestruturação para a descarbonização da fábrica, prevendo recorrer ao lay-off num período de oito dias no mês de junho e de 13 dias no de julho.

Até ao final de agosto, antes da paragem, a Autoeuropa somava mais de 157 mil carros produzidos.
João Cortesão
16 de Maio de 2024 às 19:26
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A Comissão Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do parque industrial da Autoeuropa expressou, esta quinta-feira, "preocupação" relativamente à forma como as empresas fornecedoras vão reagir à paragem de produção anunciada pela fábrica da Volkaswagen em Palmela e vão reunir-se na próxima terça-feira, dia 21, para avaliar a situação.

"O anúncio do recurso ao lay-off deixa-nos mais preocupados com a incerteza de como as empresas fornecedoras reagirão a esta forma de paragem de produção", diz a coordenadora das CT num comunicado em que recorda que em recentes paragens de produção da Autoeuropa os trabalhadores de fornecedores foram afetados, em particular os mais vulneráveis, isto é, "os mais precários, como temporários e contratados a termo que viram o seu vínculo contratual terminar sendo colocados no desemprego".

Além disso, "várias foram as empresas fornecedoras que recorrendo ao layoff prejudicaram os trabalhadores nos seus rendimentos, aplicando a lei 'pura e dura'", tendo-se registado "vários casos" de redução de um terço do salário nos dias de paragem.

Assim, "no sentido de avaliarmos esta situação, conjuntamente, antes do dia 31 de maio, data de início de várias paragens até às férias de julho a coordenadora das comissões de trabalhadores convocou as várias organizações representativas dos trabalhadores para uma reunião no próximo dia 21 de maio às 8h30", indica.

Dado que "as consequências são para a quase totalidade das empresas e os seus trabalhadores que, de algum modo deixam de ter rendimento (sejam 5%, 10% ou 33% dependendo do 'modelo" de lay-off' aplicado), leva-nos a ter de reagir", conclui.

A Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa revelou há uma semana que a administração da empresa informou que vai fazer paragens temporárias devido a uma reestruturação para a descarbonização da fábrica e que pretendia iniciar conversações, como exigido por lei, para a aplicação do layoff num período de oito dias no mês de junho e de 13 dias no mês de julho.

Em comunicado, a CT da Autoeuropa fez saber no entanto que deixou "bem explicíto" que "no contexto em que se aplica o layoff não irá aceitar qualquer corte de salários aos trabalhadores".

Esta segunda-feira, o PCP questionou a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, sobre o anúncio, criticando a VW por "voltar abusivamente a recorrer ao mecanismo do layoff". "As razões apresentadas pela empresa para a interrupção do processo produtivo são a realização de obras com vista a adequar a empresa a futuras produções e à descarbonização do processo produtivo", o que "dificilmente terá cabimento no âmbito no layoff", argumenta a líder da bancada parlamentar comunista, Paula Santos.

De recordar que a Autoeuropa foi obrigada a suspender a produção a 11 de setembro, devido à falta de uma peça produzida numa fábrica da Eslovénia, que foi fortemente afetada pelas cheias que ocorreram naquele país no passado mês de agosto. A retoma da produção normal aconteceu a 23 de outubro, mais cedo do que o inicialmente previsto, dia em que terminou também o regime de lay-off que estava a ser aplicado.

O regime de lay-off prevê uma quebra de rendimentos para os trabalhadores que pode ir até 33% do salário, mas, na sequência de um acordo celebrado entre a administração e a CT, os cerca de 5.000 trabalhadores da Autoeuropa tiveram uma quebra de rendimentos de 5%.




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