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Tesla é um ninho de comportamentos racistas, acusa ex-funcionário

A fábrica da Tesla é um “ninho de comportamentos racistas”, afirma um ex-funcionário afro-americano numa acção judicial na qual alega que os trabalhadores negros da fabricante de automóveis eléctricos sofrem de assédio forte e generalizado.

Bloomberg
19 de Novembro de 2017 às 11:00
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O funcionário afirma ser um dos mais de 100 trabalhadores afro-americanos da Tesla afectados e pede permissão a um juiz para entrar com uma acção em nome do grupo. Pede danos monetários gerais e punitivos não especificados e uma ordem para que a Tesla implemente políticas de prevenção e combate ao assédio.

 

"A Tesla destaca-se por ser uma empresa inovadora que está na vanguarda da revolução dos carros eléctricos, mas o seu procedimento operacional padrão na fábrica é de discriminação racial anterior à era dos direitos civis", acusa o funcionário na denúncia, aberta na segunda-feira, 13 de Novembro no Tribunal Superior do Condado de Alameda, Califórnia.

 

A Tesla tem cerca de 33.000 funcionários em todo o mundo, mas nunca informou publicamente as suas estatísticas de diversidade. Mais de 10.000 pessoas trabalham na sua única unidade de montagem de automóveis, em Fremont, Califórnia, onde o United Auto Workers lançou uma campanha para convencer os trabalhadores a entrar para o sindicato. Na conferência de resultados mais recente da Tesla, o CEO Elon Musk reconheceu que a empresa recentemente demitiu cerca de 700 funcionários por baixo desempenho.

 

O processo foi aberto em nome de Marcus Vaughn, que trabalhou na fábrica de Fremont de 23 de Abril a 31 de Outubro. Vaughn alegou que funcionários e supervisores usavam regularmente a "palavra que começa com N", em referência a um termo ofensivo em inglês, perto dele e de outros colegas negros. Vaughn disse que reclamou por escrito ao departamento de recursos humanos e a Musk, e que foi demitido no fim de Outubro por "não ter uma atitude positiva".

 

A Tesla preferiu não comentar o processo.

 

Larry Organ, advogado do California Civil Rights Law Group, afirmou que Vaughn o abordou depois de o escritório de advocacia ter processado a Tesla em nome de outros funcionários afro-americanos que se queixaram de perseguição racial este ano.

 

Um funcionário da linha de montagem da Tesla entrou com uma acção em Março, alegando que a empresa não se esforçou para impedir que os colegas de trabalho o atormentassem. Em Agosto, um juiz enviou o caso para arbitragem. Um juiz também concordou parcialmente com o pedido da Tesla para forçar a arbitragem no processo de uma mulher que entrou com uma acção em Novembro de 2016 alegando assédio generalizado.

 

E-mail de Musk

Segundo a queixa de segunda-feira, Musk enviou um e-mail aos funcionários da fábrica da Tesla a 31 de Maio.

 

"Uma forma de evitar ser um grande idiota é ter em consideração os sentimentos das pessoas que fazem parte de um grupo historicamente menos representado", escreveu Musk no e-mail. "Às vezes essas coisas acontecem de forma não intencional, e nestes casos deve desculpar-se. Num ambiente de justiça, se alguém age como um idiota, mas pede desculpas sinceras, é importante mostrar resiliência e aceitar o pedido de desculpa."

 

"A lei não exige que se seja resiliente", disse Organ, numa entrevista. "A Tesla não está a empenhar-se o suficiente. É quase o mesmo que dizer ‘deixe de ser politicamente correto’. Quando se tem uma força de trabalho diversificada, é preciso tomar medidas para garantir que todos se sintam bem-vindos na força de trabalho."

 

(Texto original: Tesla Is a ‘Hotbed for Racist Behavior,’ Worker Claims in Suit)

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