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Renault alia-se a chineses para a construção de fábrica de baterias em França
O anúncio oficial deve ser feito ainda esta segunda-feira por Emmanuel Macron. A fábrica vai fornecer 24 gigawatts-hora de baterias à Renault, mas tem capacidade para produzir até 43 gigawatts-hora caso chegue a acordo com outras marcas.
O Envision Group, de origem chinesa, vai gastar até 2,4 mil milhões de euros numa fábrica de baterias automóveis para uma gama de elétricos acessíveis a desenvolver pela Renault.
Está também prevista a aquisição pela fabricante francesa de uma participação ligeiramente superior a 20% na start-up gaulesa Verkor que dispõe de tecnologia que permitirá fabricar baterias destinadas a modelos maiores e premium.
O anúncio oficial deve ser feito pelo presidente francês Emmanuel Macron esta segunda-feira na linha de montagem da marca em Douai, em França, que é também onde se vai instalar a nova fabricante de baterias do grupo chinês.
O acordo deve criar cerca de 4.500 postos de emprego até 2030 numa região do país que há muito tem visto o seu poder industrial diminuir ao longo dos últimos anos.
Também a Porsche e a Volvo anunciaram na semana passada planos para produzir baterias aplicáveis aos seus modelos, enquanto a Stellantins liderada por Carlos Tavares pretende atualizar os seus investidores quanto à estratégia para a mobilidade elétrica no dia 8 de julho. A VolksWagen foi outra marca que anunciou um investimento multimilionário para a construção de oito fábricas de baterias, em março.
Com esta nova fábrica de baterias, a Renault espera "ver a sua posição fortalecida enquanto garante a produção europeia de um milhão de veículos elétricos até 2030", disse o CEO Luca de Meo, que espera que os veículos elétricos representem até 90% das vendas da marca no fim da década.
Os planos da Envision
A Envision, que é já parceira da Nissan (a outra marca forte do grupo renault-Nissan), compromete-se a criar 2.500 empregos na sua fábrica francesa até ao final da década e produzir 9 gigawatts-hora de baterias em 20204 que deverão passar a 24 gigawatts-hora em 2030, com vista ao futuro Renault 5.
Mas a Renault pode não ser a única cliente da fábrica que garantiu autorizações para produzir até 43 gigawatts-hora de baterias em 2030. Segundo o CEO da empresa, o potencial total de produção poderá ser alcançado se a fábrica conseguir angariar outros clientes.
O ano passado a empresa chinesa vendeu cerca de 8 mil milhões de dólares em baterias.