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Perdas da Tesla superiores ao esperado. Receitas e Model 3 equilibram
A Tesla Motors registou prejuízos no primeiro trimestre que ficaram acima das estimativas dos analistas. Já as receitas foram melhores do que se previa, tendo duplicado o valor do período homólogo. E a garantia de que a produção do Model 3 vai começar a tempo e horas também ajudou a melhorar o sentimento do mercado.
A fabricante norte-americana de veículos eléctricos Tesla registou uma perda de 330,3 milhões de dólares no primeiro trimestre, terminado a 31 de Março, contra um prejuízo de 282,3 milhões um ano antes. Por acção, a perda diminuiu de 2,13 para 2,04 dólares.
Numa base ajustada (excluindo itens extraordinários), registou um prejuízo de 1,33 dólares por acção – valor superior aos 82 cêntimos por acção esperados pelos analistas inquiridos pela Bloomberg e aos 81 cêntimos estimados pelos analistas consultados pela Thomson Reuters.
As receitas, por seu lado, ascenderam a 2,70 mil milhões de dólares nos primeiros três meses de 2017, mais do dobro face ao período homólogo do ano anterior (1,15 mil milhões de dólares). O consenso de mercado apontava para 2,62 mil mihões, pelo que a facturação superou as expectativas.
O aumento das receitas deveu-se sobretudo às vendas recorde dos seus SUV Model X (intorduzidos em finais de 2015 e que deram, inicialmente, alguns problemas) e dos sedans Model S.
A empresa liderada por Elon Musk confirmou esta noite, na apresentação de contas após o fecho da bolsa, que está tudo preparado para que o seu Model 3 comece a ser produzido dentro do calendário estabelecido: em Julho.
Com esta dose de dados, com receitas animadoras e boas perspectivas para o Model 3 mas, ao mesmo tempo, prejuízos acima do esperado, os investidores têm estado a sentir-se divididos, a atender pelo desempenho das cotações da Tesla em bolsa.
Os títulos da empresa seguem a ceder 0,57% para 308,89 dólares na negociação fora de horas da bolsa nova-iorquina, depois de terem estado a ganhar cerca de 1% mal foram anunciados os resultados. A tendência da empresa – que acumula uma valorização de 46,5% este ano – reverteu e tem estado na última hora de pé firme no vermelho. No horário regular das transacções, encerraram a perder 2,55% para 310,77 dólares.
A empresa espera vender 50.000 carros eléctricos no primeiro semestre deste ano. A sua meta é fabricar 500.000 carros por ano a partir de 2018. E para a alcançar conta grandemente com o Model 3.
Entretanto, os mercados continuam atentos, à espera que a Tesla decida onde vai instalar a sua fábrica europeia. No passado dia 1 de Dezembro, o Executivo de António Costa fez saber que tinha criado um grupo de trabalho para estudar as potencialidades do lítio em Portugal. Tudo a pensar nas baterias para os carros eléctricos, que é uma das bandeiras com que Portugal acena à Tesla para que Elon Musk se decida a instalar por cá a fábrica europeia da sua empresa de carros eléctricos.
Numa outra vertente, os investidores continuam também à espera de ver de que forma é que a junção de actividades da Tesla e da SolarCity irá trazer benefícios mútuos. Recorde-se que no passado dia 17 de Novembro os accionistas da Tesla aprovaram a fusão com a instaladora de painéis solares residenciais SolarCity, num negócio avaliado em dois mil milhões de dólares.
Em Junho, Elon Musk, CEO também da SpaceX, tinha anunciado que a sua empresa de carros eléctricos ambicionava fundir-se com a SolarCity – igualmente norte-americana e da qual é accionista maioritário, além de ser gerida por primos seus e de o ter na presidência do conselho de administração. A proposta foi então aceite em Novembro e as empresas vão 'dar o nó' muito em breve.
Agora, Musk irá testar a sua visão: a de casar as duas empresas, criando um ponto único de fornecimento de energia limpa para os consumidores, entre veículos eléctricos, telhados com painéis solares e baterias para a casa.
Elon Musk detém 21% da Tesla e 22% da SolarCity, o que o torna o maior accionista de ambas as empresas. A Tesla estima que a SolarCity contribua, este ano, com mil milhões de dólares em receitas para a nova empresa conjunta.
(notícia actualizada às 22:58)