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O minúsculo Smart recusa-se a morrer e aposta na China

A Daimler lançou o Smart na Alemanha em 1998 e levou para os EUA 10 anos depois, mas a marca nunca atingiu a meta global original de 200.000 entregas por ano.

Bloomberg
31 de Março de 2019 às 21:28
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Desde que foi lançado há duas décadas, o minúsculo Smart colocou-se desajeitadamente ao lado de imponentes e devoradores de estradas que fizeram da Daimler a rainha das estradas.

Novos modelos do Smart com designs peculiares apareceram e desapareceram, as estratégias mudaram tanto quanto uma paleta de cores. Uma constante ao longo dos anos: as perdas continuavam a acumular-se. Agora a Daimler muda de rumo novamente. A empresa alemã está a unir-se a Zhejiang Geely Holding, a sua maior acionista, formando uma parceria para transformar o Smart numa marca totalmente elétrica, feita na China, o maior mercado automóvel do mundo. A Daimler vai instalar uma fábrica no país e iniciar as vendas mundiais em 2022, deixando de importar o carro agora fabricado na fronteira com a França.

A Daimler lançou o Smart na Alemanha em 1998 e levou para os EUA 10 anos depois, mas a marca nunca atingiu a meta global original de 200.000 entregas por ano. Parte do problema: o Smart lutou para definir e ocupar um nicho distinto. Para um carro urbano, era muito caro; para um veículo familiar, era muito pequeno. A produção relativamente baixa na Europa era muito cara. E havia alternativas como o Fiat 500, o Toyota Aygo ou o BMW Mini, que, embora mais caro, oferecia um pacote mais atraente em design retro.


As vendas do Smart caíram em cada um dos últimos quatro meses para cerca de 7.854 carros em fevereiro. Isto é uma fração dos 160.500 carros da Mercedes-Benz vendidos no mesmo período. Resumindo, o Smart acumulou cerca de 4 mil milhões de euros em perdas, a Bankhaus Metzler estima. O CEO da Daimler, Dieter Zetsche, sustenta que, considerando os 2,2 milhões de Smart nas ruas do mundo, a marca "representa pioneirismo em mobilidade urbana", segundo um comunicado divulgado na semana passada. A principal contribuição do Smart para a Daimler foi ajudar a compensar as emissões de poluentes dos consumidores de gasolina como o sedã Classe S e o desportivo AMG GT.

Há menos de um ano, a Daimler trocou a direção do Smart e abandonou totalmente motores a combustão por modelos elétricos a partir de 2020. Agora o Smart está a tentar a sorte mais uma vez com um novo impulso, desta vez na China, onde a empresa acredita que também vai introduzir modelos para segmentos de carros maiores.

A Daimler pode contar com a ajuda da Geely para se afirmar na Ásia. O presidente da Geely, Li Shu Fu, comprou uma participação de  9 mil milhões de dólares na Daimler no ano passado e as empresas já uniram forças para começar a oferecer serviços de boleia na China para concorrer com a líder de mercado, a Didi Chuxing.

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