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Gás natural é ineficaz para reduzir emissões dos carros

O documento divulgado pela Quercus revela que "não existem praticamente ganhos ao nível da redução de gases com efeito de estufa na utilização de gás natural (...) em automóveis e camiões, em comparação com o gasóleo".

11 de Março de 2016 às 16:17
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Um estudo divulgado pela Federação Europeia de Transportes e Ambiente concluiu que a opção por gás natural nos automóveis e veículos pesados é, "em grande parte, ineficaz" na redução de emissões de gases com efeito de estufa.

Segundo o trabalho "Veículos a Gás Natural - A Estrada para Lado Nenhum", hoje divulgado pela associação ambientalista portuguesa Quercus, que integra a aquela Federação, "os veículos a gás natural são uma forma dispendiosa e ineficaz de cortar emissões nos transportes".

O documento revela que "não existem praticamente ganhos ao nível da redução de gases com efeito de estufa na utilização de gás natural comprimido e liquefeito (GNL) em automóveis e camiões, em comparação com o gasóleo".

Ao contrário, para os autores do estudo, a opção por veículos híbridos, eléctricos e a hidrogénio "traz benefícios climáticos muito mais relevantes".

As emissões de gases com efeito de estufa, nomeadamente do sector dos transportes, são apontadas como as grandes responsáveis pelas alterações climáticas, com ocorrência de fenómenos extremos, como ondas de calor, seca, ou elevada precipitação concentrada em períodos limitados de tempo, provocando cheias e inundações.

Os veículos movidos a GNL "não acrescentam qualquer benefício de redução da poluição em comparação com os veículos a gasolina", refere o comunicado da Quercus.

A Comissão Europeia está a preparar uma proposta sobre metas de redução de gases com efeito de estufa para os sectores não abrangidos pelo Comércio Europeu de Licenças de Emissões (CELE) e uma comunicação sobre a descarbonização do sector dos transportes, apontam os ambientalistas.

"Apesar de ter poucos benefícios ambientais, o gás natural tem actualmente os mais baixos impostos sobre combustíveis", criticam os ambientalistas europeus, que consideram não haver qualquer justificação para que um combustível fóssil beneficie de isenções fiscais.

O estudo, segundo a Quercus, também conclui que "haverá sempre um aumento de emissões com a utilização de gás natural em camiões e autocarros".

Explica que a redução de emissões conseguida durante a utilização é anulada pelo aumento de emissões de metano durante a extracção, produção e transporte do gás.

A Quercus recorda a apresentação de uma candidatura conjunta por empresas portuguesas e europeias do sector à Comissão Europeia e ao Banco Europeu de Investimento para aumentar o número de postos de abastecimento de gás natural actualmente existentes em Portugal e Espanha.
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