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França omitiu detalhes sobre investigação a emissões poluentes da Renault
Membros da comissão que investigou as emissões poluentes em automóveis concretizam, ao Financial Times, que França ocultou informações relativas à Renault. A participação na fabricante terá ditado a decisão.
O relatório sobre emissões poluentes de automóveis, publicado em Julho pelo governo francês, omite detalhes relativos à Renault. Quem o garante são três dos 17 membros da própria comissão de investigação em declarações ao Financial Times.
O documento concluiu que alguns modelos da Renault – com destaque para o Capture – emitiram entre 9 e 11 vezes mais óxido de azoto do que o permitido pela legislação comunitária. A substância poderá resultar em problemas respiratórios para aqueles que a ela estejam sujeitos.
De fora do documento ficam detalhes sobre o modo como os carros da Renault foram capazes de emitir menos gases poluentes quando sujeitos a testes de laboratório do que o que realmente emitem na condução em estrada. A justificar a omissão poderá estar a participação de 20% que o Estado francês tem na fabricante automóvel.
Após o escândalo Volkswagen, que atingiu 11 milhões de carros a gasóleo em todo o mundo, França decidiu testar 86 modelos de 12 fabricantes. A investigação concluiu que não tinham sido utilizados dispositivos manipuladores ilegais, mas acrescentou que "não se pode descartar a possibilidade" sem mais investigação.
A Renault sempre negou o cenário de manipulação e afirmou estar de acordo com a legislação. Em Janeiro deste ano chamou 15 mil veículos às suas oficinas e concordou implementar mais tecnologia rumo à diminuição da pegada ecológica dos seus veículos.