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Escassez de chips ameaça congelar parcialmente indústria de carros elétricos da China

Associação chinesa alerta para risco de paralisação temporária da indústria, já que a escassez global de "chips" deve deixar um milhão de veículos sem componentes em 2022.

A pandemia contribuiu para a compra de aparelhos com microprocessadores cujos fornecedores não tinham em quantidade suficiente para entrega.
Sefa Ozel
27 de Dezembro de 2021 às 13:15
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A crescente indústria de carros elétricos na China arrisca um congelamento parcial no primeiro semestre de 2022 à medida que a escassez global de "chips" vai forçando unidades de montagem mais pequenas a suspender a produção, alerta a Associação de Automóveis de Passageiros da China (CPCA, na sigla em inglês).

Segundo o jornal South China Morning Post, nas estimativas da CPCA, as fundições globais podem produzir semicondutores, microcontroladores e "chips" de ponta com processadores de inteligência artificial suficientes para 4 milhões dos chamados veículos de novas energias (NEV, na sigla em inglês), designação que abarca os 100% elétricos, os híbridos plug-in e os com pilha de combustível, na China.

Ora, à luz das previsões da associação, que estima que a procura por NEV aumente para 5 milhões em 2022, tal significa um défice de 1 milhão de veículos.

"A escassez de ‘chips’ que tem atrapalhado o crescimento do mercado automóvel ainda não aliviou", diz um relatório de investigação da CPCA, publicado no início do mês, citado pelo mesmo jornal.

"Os modelos mais vendidos ainda precisam de ‘chips’ para consolidar a sua produção e fazer com que a carteira de encomendas seja executada", indica.

A previsão sombria mostra como as ondas do final de 2020 devido a erros de cálculo relativamente à procura global por parte das fundições continuam a ser sentidos e não mostram sinais de abrandamento. Um cenário agravado com o ressurgimento de casos de covid-19 no sudeste asiático no verão que causou disrupções na produção numa série de unidades de fabrico de "chips", aumentando a pressão sobre a sobrecarregada cadeia de fornecimento de semicondutores no terceiro trimestre do ano.

Os principais fornecedores de componentes para fabricantes automóveis da China incluem a alemã Infineon Technologies, a holandesa NXP Semiconductors, a norte-americana Texas Instruments e a japonesa Renesas Electronics, firmas que têm parte das suas linhas de produção localizadas no sudeste asiático, indica o South China Morning Post.

A China começa a sentir o peso das disrupções numa altura em que os proprietários de automóveis movidos a combustíveis fósseis estão a ser incentivados a trocá-los por 100% elétricos, híbridos plug-in e por veículos a pilha de combustível (hidrogénio) para ajudar a nação a atingir a neutralidade carbónica em 2060.

Segundo o jornal, as vendas de NEV devem duplicar este ano para 2,4 milhões de unidades, contra 1,17 milhões em 2020.

"A escassez de ‘chips’ é um problema que continua a desconcertar toda a indústria automóvel", afirmou William Li, CEO da NIO, empresa que faz parte do trio de "start-ups" pioneiras na produção de veículos elétricos inteligentes, cotada na bolsa de Nova Iorque.

"Um surto de covi-19 pode levar à suspensão da produção de ‘chips’ e ameaçar toda a cadeira de fornecimento", enfatizou, citado pelo jornal de Hong Kong.

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