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Distribuidora da Volkswagen vai ficar com SIVA e Soauto assumindo dívida da SAG
A Porsche Holding Salzburg, distribuidora de automóveis do Grupo Volkswagen, vai comprar a SIVA, empresa de distribuição da Volkswagen em Portugal, e a concessionária Soauto, à SAG Gest, noticia esta sexta-feira o Jornal Económico. A operação deve ficar encerrada no primeiro trimestre.
Segundo o jornal, a operação deve ficar encerrada no primeiro trimestre e o empresário João Pereira Coutinho (na foto), maior acionista da SAG e presidente executivo da empresa, não receberá qualquer valor. Isto porque o negócio será feito através da assunção da dívida financeira, que contará com um "desconto" (haircut) por parte dos bancos credores.
No final do terceiro trimestre de 2018, segundo as contas divulgadas pela SAG, a dívida bancária superava os 148 milhões de euros. O jornal refere que as instituições financeiras credoras – Millennium bcp, Caixa Geral de Depósitos, BPI e Novo Banco – já alcançaram um acordo de princípio com a Porsche Holding Salzburg, a maior distribuidora automóvel europeia e detida a 100% pelo Grupo Volkswagen.
Ao longo do ano, a SAG Gest indicou diversas vezes estar a debater-se com problemas de liquidez que colocavam em causa as operações da SIVA e referia estar a negociar com o Grupo Volkswagen uma solução.
A SIVA registou fortes quebras nas vendas de automóveis no ano passado, com um decréscimo de 32,8% no segmento de ligeiros de passageiros. A Volkswagen passou da terceira para a nona posição no "ranking" de marcas mais vendidas em Portugal, com uma queda de 24,7%. A Audi teve ainda pior desempenho, com uma descida de 49,5%, enquanto a Skoda registou um declínio de 21,4%.
Ao Negócios, a subsidiária da SAG apontou como razões para a descida nas vendas a opção de seguir uma estratégia comercial menos assente "nos canais de vendas ‘rent-a-car’ e ‘km zero’, que representam perto de um terço do mercado total em Portugal, o que se traduz numa quota deliberadamente reduzida nesses segmentos".
Também "a implementação das novas normas de emissões WLTP e a necessidade de re-homologar todos os veículos em comercialização" e "a paralisação do porto de Setúbal", devido à greve dos estivadores, foram referidos como tendo impacto negativo nas vendas.