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CT da Autoeuropa exige aumento salarial de 4% em 2019 e domingos pagos a dobrar
A Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa pretende aumentos salariais de 4% em 2019, o pagamento a dobrar do trabalho ao domingo, tal como já sucede com os sábados, e a passagem de 400 contratos a prazo a contratos sem termo. Estas medidas fazem parte do caderno reivindicativo da CT.
A Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa enviou quarta-feira um comunicado interno aos trabalhadores da empresa onde indica o caderno reivindicativo que irá defender nas negociações com a administração da fábrica da Volkswagen em Palmela.
No comunicado, a que o Negócios teve acesso, a CT refere que a administração da Autoeuropa recusa "discutir isoladamente as compensações para a laboração contínua", ou seja, o pagamento de um acréscimo de 100% no trabalho ao domingo, como sucede ao sábado, no novo horário de laboração contínua.
A CT pretende ainda que a empresa passe, até Setembro de 2019, 400 contratos a prazo para contratos sem termo. O Caderno Reivindicativo exige também que a empresa se comprometa "a não fazer nenhum despedimento colectivo durante a vigência deste acordo".
O documento propõe ainda que a empresa faça uma entrega extraordinária de 100 mil euros para o Fundo de Pensões "a dividir de forma igual por todos os trabalhadores aderentes".
A CT exige ainda que se mantenham todas as regalias sociais aprovadas em acordos anteriores, tendo já informado a administração que "não irá aceitar qualquer cláusula de renúncia".
As negociações na Autoeuropa foram retomadas no final de Junho, com os trabalhadores a pretenderem que a remuneração do trabalho ao domingo tenha um acréscimo de 100%, como sucede ao sábado, no novo horário de laboração contínua. A administração já tinha rejeitado esta proposta.
O novo horário de laboração contínua, que deverá ser implementado depois do habitual período de férias durante o mês de Agosto, prevê um total de 19 turnos por semana - três turnos diários de segunda a sexta-feira e dois turnos ao sábado e ao domingo.
A 6 de Julho, a Lusa divulgou um comunicado interno da CT no qual esta criticava a administração, acusando-a de querer condicionar as regalias adquiridas pelos trabalhadores a uma cláusula de denúncia, que poderia ser accionada face ao resultado das negociações anuais com os trabalhadores.
"A empresa apresentou uma proposta de acordo, englobando o conjunto de garantias sociais que existem na empresa mas sujeitas a uma cláusula de denúncia, ou seja, pretendia fazer depender de negociações anuais, os transportes para os trabalhadores, a lavagem da roupa de trabalho, a política especial para grávidas, entre outros. Isto significaria abrir a porta à retirada de regalias colectivas que os trabalhadores têm direito", referia o documento.
A administração da empresa já terá assegurado aos trabalhadores que nunca esteve em questão a retirada das regalias sociais, apurou o Negócios.