A fabricante de pneus e peças automóveis alemã Continental, que opera em Portugal há mais de 30 anos e conta com cerca de quatro mil colaboradores no país, registou um crescimento de lucros de mais de 62% no terceiro trimestre deste ano para 486 milhões de euros.

A empresa justifica o aumento no resultado líquido com cortes nos custos e um controle de preços da sua divisão de peças automóveis. Em agosto, a Continental anunciou que estava a avaliar um "spin-off" e uma consequente dispersão em bolsa do ramo de equipamento automóvel das suas restantes atividades – que incluem operações de sucesso como o fabrico de pneus. "O spin-off continua a ser avaliado", revelou o CEO da empresa, Nikolai Setzer, esta segunda-feira.

"Registámos bons resultados no terceiro trimestre. Perante a fraca produção automóvel, conseguimos melhorar os ganhos no setor automóvel, reduzindo os custos e ajustando os preços", explicou o CFO da empresa, Olaf Schick, na apresentação de resultados. No entanto, a Continental não prevê que a indústria automóvel recupere no último trimestre do ano.

Tal como as restantes empresas do setor, a Continental tem enfrentado uma queda na procura no mercado europeu e norte-americano, o que levou a fabricante de pneus alemã a cortar as suas projeções de vendas para o resto do ano. A empresa espera agora registar vendas entre os 39,5 mil milhões e os 42 mil milhões de euros – uma margem inferior à expectativa anterior de 40-42,5 mil milhões que definiu em agosto. É a segunda vez este ano que a Continental revê em baixa as suas projeções de venda.

Mesmo assim, os investidores ficaram animados com o resultado líquido da empresa – que ficou relativamente acima das expectativas – e as ações da Continental estão, a esta hora, a disparar 7,36% para 60,66 euros. Em declarações à Reuters, a analista Pal Skirta da Metzler explicou que o resultado da divisão automóvel terá reforçado a confiança nos planos de cisão da Continental.