Notícia
Cheque na compra de carro eléctrico cortado a metade
Quem entregar um veículo para abate e quiser comprar um carro eléctrico vai passar a receber apenas 2.250 euros. Até agora, o apoio era de 4.500 euros. A medida está na proposta final do Orçamento do Estado para 2016.
Comprar um carro amigo do ambiente vai ficar mais caro. O incentivo de 4.500 euros pelo abate de veículos em fim de vida na compra de um carro eléctrico será reduzido para metade.
O corte está previsto na proposta final do Orçamento do Estado para 2016. Na versão preliminar do documento o corte era de apenas 33%, para os três mil euros. Assim, quem entregar um carro com dez ou mais anos de idade e comprar um eléctrico passará a receber só 2.250 euros.
Os cortes na chamada "fiscalidade verde" vão ainda mais longe. Quem comprar um veículo híbrido "plug-in" e der outro em fim de vida para abate vai levar um corte de 2.125 euros.
Dos 3.250 euros anteriores, o condutor passa a receber uma redução máxima de 1.125 euros no Imposto Sobre Veículos (ISV). É um corte de 35%, superior ao previsto na versão preliminar onde era apontado um desconto até 2.165 euros.
Quem quiser comprar moto-quatro eléctrica mantém um desconto de mil euros, como até agora.
O Governo corta assim na "fiscalidade verde", mesmo que o primeiro-ministro António Costa use um carro amigo do ambiente nas suas deslocações.
No último ano, as vendas de carros eléctricos cresceram 241%, tornando 2015 no melhor ano de sempre para este sector. A reforma da fiscalidade verde foi apontada como uma das principais causas para este resultado.
O sector já se tinha mostrado preocupado com o impacto nas vendas causado por uma fiscalidade menos generosa. A Associação Portuguesa de Veículos Eléctricos (APVE), por exemplo, tinha apelado à manutenção destes incentivos por diversos anos "num quadro de estabilidade plurianual".
As marcas de automóveis também transmitiram este receio e apelaram a António Costa para não deitar fora os incentivos fiscais. "A manutenção destes incentivos será um factor importante" para as vendas de carros eléctricos manterem-se", afirmou Ricardo Oliveira da Renault ao Negócios.