Alguns modelos eléctricos custarão o mesmo do que veículos com motores de combustão já em 2024 e ficarão mais baratos que no ano seguinte, segundo um relatório da Bloomberg New Energy Finance. Para que isto aconteça, os preços das baterias precisam descer e a procura pelos metais que compõem estas unidades deve continuar a subir, revelou a firma de análise com sede em Londres.

O clamor pelo lançamento de veículos eléctricos intensificou-se com a corrida de países e empresas para reduzir a poluição atmosférica das suas cidades e cumprir as ambiciosas metas climáticas estabelecidas pelo Acordo de Paris. Deputados britânicos iniciaram um estudo sobre o mercado em Setembro para analisar a infraestrutura necessária e tentar determinar se devem antecipar o prazo de 2040 para acabar com a venda de carros a gasolina e a gasóleo.

Com incentivos, o Reino Unido poderá reduzir o défice comercial automóvel em 5 mil milhões de libras (5,7 mil milhões de euros), revelou o think tank Green Alliance. A World Wildlife Fund informou que a eliminação progressiva dos carros a gasóleo e a gasolina poderia criar mais 14.000 empregos para o sector. Em relatórios separados, os dois grupos exortaram o Reino Unido a antecipar a proibição aos carros movidos a derivados de petróleo para 2030.

A China, maior poluidora do mundo, quer ser líder mundial em termos de adopção de veículos eléctricos com a implementação, pelo governo, de quotas de produção destinadas a aumentar as vendas. O milionário fundador da Zhejiang Geely Holding Group, Li Shufu, comprou uma participação de 7,3 mil milhões de euros na Daimler em Fevereiro.

O aumento esperado na produção em massa de armazenamento de íons de lítio deverá ajudar a diminuir os preços das baterias para 70 dólares por quilowatt/hora até 2030, informou a BNEF. O preço médio das baterias era de 208 dólares por quilowatt/hora em 2017, valor que espreme as margens de lucro e representa cerca de dois quintos dos custos totais de um veículo eléctrico.

"As vendas de veículos eléctricos continuarão a acelerar nos próximos anos, mas os preços das baterias ainda precisam descer mais para que haja uma adopção verdadeiramente massiva pelo mercado", disse Colin McKerracher, analista de transporte da BNEF. "Se os custos dos materiais das baterias continuarem a subir acentuadamente isso pode atrasar o ponto de cruzamento."