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BYD pede corte de custos a fornecedores em sinal de que guerra de preços na China vai aumentar
A fabircante chinesa de automóveis eletrificados enviou uma carta aos fornecedores apelando a que estes cortem os preços perante a perspetiva de uma intensificação da guerra de preços que tem dominado o mercado chinês.
A fabricante automóvel chinesa BYD pediu aos seus fornecedores que aceitem reduções de preços nos componentes no próximo ano para enfrentaruma escalada na acesa guerra de preços que tem marcado o mercado chinês, noticia a Bloomberg esta quarta-feira.
Uma captura de ecrã de um "email" em que a BYD pedia um corte de 10% nos preços a partir de janeriro dirigido a um dos fornecedores - que não é identificado - circulou esta madrugada nas redes sociais.
"A negociação anual com os fornecedores é uma prática comum na indústria automóvel", justificou Li Yunfei, diretor de relações públicas da fabricante chinesa numa mensagem. "Nós propomos metas de cortes de preços aos fornecedores. Não são requisitos obrigatórios, há margem para negociar", acrescentou.
O "email" indica que a fabricante de veículos eletrificafos está a tentar posicionar-se para poder reforçar a política de descontos no próximo ano. A guerra de preços no mercado automóvel chinesa, que tem sido acérrima nos últimos dois anos, provocou uma vaga de consolidação no setor, debilitando os construtores automóveis de menor dimensão.
Por seu turno, os fabricantes ocidentais, como a Volkswagen e a Stellantis, aliaram-se a marcas chinesas como a Xpeng e a Leapmotor para tentar aproveitar o seu "know-how" em veículos 100% elétricos. Ao mesmo tempo, marcas de automóveis elétricos "premium", como a HiPhi e a WM Motor, enfrentam processos de insolvência.
Até ao momento, a BYD tem sido um dos vencedores desta guerra na China, tendo reforçado a sua quota de mercado e lidera o mercado chinês de híbridos "plug-in" e elétricos, com cerca de 3,2 milhões de veículos vendidos.
A redução nos preços dos fornecedores poderá ajudar a BYD a enfrentar outras duas frentes de batalha decorrentes da imposição de tarifas adicionais aos veículos elétricos "made in China": na União Europeia e nos Estados Unidos.