A ViniPortugal, que explora a marca "Wines of Portugal", vai investir 7,1 milhões de euros na promoção externa em 2015, indicou ao Negócios o presidente desta associação interprofissional para a promoção dos vinhos portugueses, Jorge Monteiro. Este valor fica abaixo dos 7,5 milhões que tinham sido orçamentados para este ano.

Os Estados Unidos (1,5 milhões), o Brasil (815 mil) e o Canadá (690 mil) são os três países que absorvem as fatias maiores do bolo promocional. Além destes três mercados prioritários para o próximo ano, a ViniPortugal vai também realizar acções em Angola, na China, na Suécia, na Noruega, no Reino Unido, na Alemanha e ainda no Japão e em Singapura, que são duas novas entradas na lista, detalhou o responsável.

Esta quarta-feira, 26 de Novembro, está a decorrer no Palace Hotel da Cúria o Fórum Vinhos de Portugal, onde será apresentada a agenda comum das acções de promoção a realizar em 2015. Este plano de actividades, e sobretudo a sua calendarização, foi elaborado pela ViniPortugal em conjunto com as várias comissões de viticultura regionais, com o Instituto do Vinhos do Douro e Porto (IVDP) e com o madeirense IVBAM.

"É o resultado da consciência de que a crescente actividade promocional, da iniciativa dos diferentes actores colectivos portugueses, exige uma maior coordenação, evitando-se sobreposições de eventos, e permitindo um atempado planeamento por parte das empresas. (...) Promove a coordenação de esforços na criação de uma agenda conjunta que dá primazia à promoção mais concertada e focada dos Vinhos de Portugal nos principais mercados estratégicos, consolidando a imagem de Portugal e o reconhecimento da qualidade", assinalou a ViniPortugal numa nota de agenda.

Superar a África do Sul até 2020

Na reunião que decorre durante todo o dia na zona Centro do país vai ser também apresentado o Plano Estratégico para a marca Vinhos de Portugal / Wines of Portugal 2015/2017, que foi aprovado em assembleia-geral no início de Novembro. Neste documento, a que o Negócios teve acesso, está expresso o objectivo de "transformar no horizonte de cinco anos, Portugal numa marca colectiva de referência, consolidando o nono lugar na classificação dos maiores países exportadores, em valor, e ambicionando o oitavo lugar", que é ocupado actualmente pela África do Sul.

Portugal é o 12.º maior produtor e o nono maior exportador a nível mundial, vendendo no exterior perto de 60% da produção, em valor. Em 2013, as exportações do sector aumentaram 2,4%, ascendendo a 725 milhões de euros, o que representa 1,5% do total nacional e cerca de 11% do VAB das indústrias alimentares e bebidas. Segundo dados oficiais, nos primeiros oito meses deste ano, as exportações de vinho totalizaram 425,6 milhões de euros, um ligeiríssimo crescimento de 0,2% face ao período homólogo.

Num plano em que é valorizada a ligação ao crescimento da actividade turística, sobretudo através da dinamização do enoturismo, entre os objectivos estratégicos de médio prazo consta o de "afirmar Portugal como o ‘hot spot’ da cena internacional de vinhos no espaço de três anos". Em termos de consumidores alvo prioritários – e porque o produto português não se ajusta ao "mass marketing" pelas suas características e escala –, são apontados os adultos jovens (entre 25 e 49 anos), "sedentos de novas experiências" e para quem viagens, convívio, restaurantes e vinho seja "uma componente importante" dos gastos anuais.