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Grupo José de Mello diz que impostos sobre vinho têm "enorme impacto"

A proposta de OE para 2024 prevê um agravamento de 10% no imposto sobre o álcool e as bebidas alcoólicas (IABA), penalizando vinhos licorosos, como o vinho do Porto.

Vindima na Herdade do Peso, Alentejo
Hugo Adelino
Diana do Mar dianamar@negocios.pt 17 de Outubro de 2023 às 16:20
O CEO da Winestone, "holding" recém-criada no seio do Grupo José de Mello para gerir o negócio do vinho, reconhece que o agravamento de impostos, previsto na proposta do Orçamento do Estado para 2024, gera "bastante preocupação" considerando que tem "um impacto enorme".

"Qualquer subida de impostos, seja de que natureza for, e específica do produto vinho, tem um impacto enorme, seja no mercado nacional, seja no desenvolvimento dos projetos", afirmou Pedro Pereira Gonçalves, num encontro com jornalistas para a apresentação da nova "holding" do grupo.

Numa altura em que o Grupo José de Mello acaba de avançar com investimentos - cujo valor não divulga - na área do vinho, alargando o portefólio que estava circunscrito à Ravasqueira, propriedade da família há 80 anos, o CEO da Winestone admite que mais carga fiscal para o setor gera "bastante preocupação".

"Sabemos historicamente que qualquer mexida tem grande impacto", afirmou Pedro Pereira Gonçalves, sinalizando que será "mais um impacto a adicionar a outros", como o aumento das taxas de juro, com os quais se depara o setor que é "de alguma forma endividado".

No entanto, ressalva, é preciso aguardar para ver "o que é realmente fechado" após o debate em sede de especialidade da proposta de OE para 2024.

A proposta de OE para 2024 prevê um agravamento de 10% no imposto sobre o álcool e as bebidas alcoólicas (IABA), penalizando vinhos licorosos, como o vinho do Porto, e mantém a tributação sobre o vinho na restauração à taxa de 23% o que "retira competitividade ao sector vitivinícola português", na perspetiva de representantes do ramo.

A Winestone figura como a nova plataforma de negócios dedicado ao "estratégico" setor do vinho. Apresentada publicamente, esta terça-feira, tem um portefólio que vai já além da Ravasqueira, fruto de recentes aquisições e de contratos de exploração de longo prazo que marcam a entrada do grupo não só em novas regiões geográficas como em diferentes categorias de vinhos.

Sob sua gestão ficam ativos de produção de vinhos no Douro (Quinta do Retiro Novo e Quinta do Côtto) e região dos Vinhos Verdes (Paço de Teixeiró), além do Alentejo (Ravasqueira) assim como a Krohn, marca secular conhecida pelos vinhos do Porto.

O objetivo para 2030 da Winestone, que integra o perímetro de consolidação do Grupo José de Mello, é tornar-se no terceiro maior produtor nacional, em termos de dimensão, prevendo alcançar uma faturação superior a 60 milhões de euros, dos quais 60% provenientes de vendas ao exterior, designadamente para mercados como Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, Canadá e Alemanha.
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