As associações de suinicultores estão esta sexta-feira, 11 de Março, a protestar em Lisboa e prometem bloquear o acesso à capital com 300 camiões.

As vias mais afectadas deverão ser o Eixo Norte-Sul e a Segunda Circular, onde já se regista trânsito lento.

Os produtores de porcos têm marcada uma manifestação esta tarde em frente ao Ministério da Agricultura, com o ministro Capoulas Santos.

Na reunião com a tutela estará presente do porta-voz da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores, João Correia, e outros quatro produtores.

"Queremos alertar o poder político, está um sector inteiro à beira do colapso", disse o presidente da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores, Vítor Menino, à Lusa, acrescentando que o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, já manifestou a intenção de receber os representantes dos suinicultores ainda hoje à tarde. 

Os prejuízos que o sector enfrenta, os preços da carne nos hipermercados e a dificuldade em escoar os produtos justificam o protesto. Em causa está a manutenção de milhares de postos de trabalho.

Os camiões são oriundos de Rio Maior, Leiria, Torres Vedras, Alcocehete e Benedita. Os mesmos vêm vazios, não transportando porcos, para "garantir o bem-estar animal". A PSP está a acompanhar a situação em vários pontos da capital.

O Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP confirmou à Lusa que está a "fazer o acompanhamento e a monitorização" da manifestação dos suinicultores.

Pelas 16:00, alguns produtores estavam já presentes na Praça do Comércio, onde se localiza o Ministério da Agricultura.

Também esta sexta-feira, 11 de Março, os suinicultores mostraram-se de acordo com a criação de quotas de produção para a carne de porco. A medida irá ser defendida em Bruxelas por Capoulas Santos.

Capoula Santos propõe regime de quotas

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, que se reúne na segunda-feira com os seus homólogos dos países da União Europeia, disse à agência Lusa que vai propor o "estabelecimento de um regime de quotas de produção" que, no caso do setor leiteiro, ao limitar a produção, permitiu nas últimas décadas manter os preços equilibrados".

O governante adiantou que vai defender apoios acrescidos à armazenagem, limiares de preços para produtos como o leite em pó e a manteiga e outras medidas temporariamente limitadoras da produção, como a redução do número de fêmeas reprodutoras no setor da carne de porco, e apoios à produção por cabeça de gado.

Portugal defende que a União Europeia negoceie, no plano político, para que seja levantado o embargo russo aos produtos europeus.

"As exportações para a Rússia estão há vários meses bloqueadas e os russos são grandes clientes de carne de porco e produtos lácteos da União Europeia e essa tem sido uma das razões que têm provocado a inundação do mercado interno e a consequente pressão negativa sobre os preços", recordou o ministro.

Capoulas Santos defendeu ainda que quaisquer ajudas a ambos os setores terão de passar por "medidas comunitárias", mas "admitiu adotar outras medidas" no plano nacional e anunciou já uma redução em 50% dos pagamentos à Segurança Social desses trabalhadores a partir de abril e até dezembro.

(notícia actualizada às 16:50 com mais informação)