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Grupo Luís Vicente investe cinco milhões em duas novas fábricas

Fruta cortada e fruta desidratada, é isso que vai sair de duas novas unidades industriais que o grupo Luís Vicente vai instalar este ano. A primeira fábrica é inaugurada hoje

10 de Janeiro de 2014 às 15:00
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O grupo Luís Vicente, presente na área de produção e comercialização de fruta e legumes há mais de três décadas, vai passar a deter presença na cadeia toda, com um investimento de cinco milhões de euros em duas novas fábricas para processamento de fruta.

 

A primeira unidade de fruta cortada – hoje inaugurada – localiza-se em Torres Vedras e irá criar mais 30 postos de trabalho directos. É um investimento de dois milhões de euros.

 

Manuel Évora, administrador do grupo Luís Vicente, adianta que para processar a capacidade máxima da nova unidade, de 5.000 toneladas de fruta por ano, que sairá cortada para as redes de distribuição, canal Horeca (hotéis, restaurantes e cafés), comércio tradicional e companhias aéreas, a nova unidade vai precisar de adquirir “oito a nove mil toneladas de fruta”.

 

Será, explica o mesmo gestor, “fruta portuguesa e internacional”. Além da fruta própria produzida pelo grupo e outros agricultores e organizações de produtores nacionais (como melão, meloa, melancia, laranjas, maçãs e pêra rocha, entre outras), a empresa Luís Vicente irá adquirir igualmente “fruta internacional”, nomeadamente à Costa Rica (abacaxi) e ao Brasil (manga e papaia).

 

Espanha "já em negociações"

 

Com uma facturação de 60 milhões de euros em 2013 (mais 10% do que em 2012), o grupo Luís Vicente faz 55% das suas vendas fora do território português. Esta empresa tem quatro plataformas logísticas e de comercialização: Espanha, Holanda, Brasil e Costa Rica, adianta, que serve de base de compra de matéria-prima e de venda de frutas e legumes nacionais.

 

A empresa de base accionista de cariz familiar exporta já fruta e legumes frescos para 35 países, mas Espanha será provavelmente o segundo mercado da nova unidade que hoje se inaugura em Torres Vedras. Foi já a pensar na exportação que a fábrica de fruta cortada com a marca NuviFruits foi pensada.  

 

O grupo está já “em negociações com grupos de grande distribuição” no mercado espanhol para entrar na rede de super e hipermercados do território vizinho.

 

Fruta no pudim

 

Além de dotar a nova unidade de fruta cortada com capacidade para fornecer o mercado ibérico, a empresa Luís Vicente vai muni-la de tecnologia para mais tarde adicionar chocolate, pudim, gelatina e gelado às frutas.

 

É que o objectivo do grupo Luís Vicente é inverter a tendência de diminuição de consumo de fruta em Portugal, mas às vezes é preciso dar uma ajuda. Não só arranjando a fruta e cortando-as aos pedaços prontos a ingerir, mas às vezes adicionar alguma coisa mais, porque “os portugueses são muito gulosos”, explica Manuel Évora.

 

O administrador da Luís Vicente adianta que embora essa seja uma segunda fase do projecto que hoje arranca formalmente, a linha de produção deverá estar operacional já em 2014 com a chegada de novo equipamento.

 

Levar a “crocância” da fruta lusa ao resto do mundo

 

Para 2014 está também prevista a nova unidade industrial do grupo produtor de frutas, mas desta vez de fruta desidratada, em que o grupo vai investir outros três milhões de euros. Manuel Évora dá-lhe outra designação: “fruta crocante”, e quer com esse cognome levar fruta portuguesa – leia-se maçãs, pêssego, morangos e pêra rocha – para o resto do mundo. Oficialmente, a marca será a Frubis.   

 

Se no caso da fruta cortada, a validade do produto terminado de “oito a 10 dias” determina que o consumo seja feito em Portugal e Espanha, e não possa ir mais longe que a Península Ibérica, no caso da fruta desidratada, o prazo de um ano possibilita muitas mais voltas ao mundo.

 

Está, então, a administração do grupo Luís Vicente determinada a explicar aos portugueses e a estrangeiros que também é saudável comer fruta desidratada, que pode revelar ser também uma nova oportunidade de escoamento de matéria-prima nacional, já que pode ser utilizado, neste caso, fruta de calibres pequenos e a designada “fruta feia”, cuja aparência não reflicta as boas qualidades organolépticas da matéria-prima nacional para venda em supermercados. Mas nunca colocando a qualidade em causa do produto final, realça, cortado ou desidratado: “não se pode surpreender negativamente o consumidor”, alerta.  

 

O grupo está já a “importar tecnologia” na área agro-alimentar e tenciona arrancar com a nova unidade no segundo semestre do ano. Em velocidade de cruzeiro, acredita a administração do grupo produtor de frutas, a segunda fábrica poderá processar 24 mil toneladas de fruta.  

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