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Aveiro descobriu bactérias que podem revolucionar a agricultura

Uma equipa de biólogos da Universidade de Aveiro descobriu um conjunto de bactérias que podem não só aumentar a produtividade agrícola, como funcionar como alternativa aos fertilizantes de origem química, contribuindo assim para uma agricultura sustentável.

Uma equipa de biólogos da Universidade de Aveiro descobriu um conjunto de bactérias que podem contribuir para uma agricultura sustentável.
15 de Novembro de 2018 às 17:25
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São bactérias pertencentes aos géneros Pseudomonas, Flavobacterium, Herbaspirillum e Erwinia as que um grupo de biólogos da Universidade de Aveiro (UA) descobriu em raízes de plantas selvagens do território português e que podem estar na base de uma nova revolução agrícola.

 

De acordo com o trabalho publicado na revista "Science of The Total Environment", o grupo de bactérias descoberto por biólogos da UA ajuda as plantas a crescerem e a tolerarem períodos de seca, podendo não só aumentar a produtividade agrícola, como ainda proteger dos efeitos nefastos das alterações climáticas espécies de consumo humano.

 

"Estas bactérias têm o potencial de aumentar a produtividade agrícola, funcionando como alternativa ou complemento aos fertilizantes de origem química, sendo uma opção mais ambientalmente sustentável", antevê Paulo Cardoso, o investigador do Centro de estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA responsável pelo trabalho, em comunicado.

 

Há ainda outra "preciosa característica" destas bactérias. É que face ao fenómeno das alterações climáticas, que trará por períodos cada vez mais longos tempos de seca, as bactérias agora descobertas "ajudam as plantas a tolerarem melhor a escassez de água".

 

De acordo com a UA, estas bactérias, que existem em nódulos das raízes de algumas plantas leguminosas que crescem espontaneamente em Portugal, como o trevo-branco, a serradela-amarela, a ervilhaca-mansa ou o cornilhão-esponjoso, "promovem o crescimento das plantas através da produção de hormonas e compostos voláteis que estimulam o desenvolvimento dos tecidos vegetais e melhoram a assimilação de nutrientes".

 

Já os compostos voláteis "têm a particularidade de não beneficiarem apenas a planta hospedeira das bactérias que os produzem", com Paulo Cardoso a explicar que "estes compostos permitem que os efeitos benéficos destas bactérias se estendam a várias plantas, uma vez que se a sua difusão ocorre através do ar".

Feita a descoberta, e agora? A equipa de biólogos da UA vai tentar desenvolver uma forma de potencializar os benefícios destas bactérias na agricultura, o que "passará por aplicá-las no solo ou em sistemas de estufa ou de agricultura vertical, actuando as bactérias como um biofertilizante".

 

Para além de Paulo Cardoso, o trabalho publicado na revista Science of The Total Environment contou com a participação dos investigadores do CESAM (Departamento de Biologia e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar) e do Departamento de Biologia da UA Artur Alves, Paulo Silveira, Carina Sá, Cátia Fidalgo, Rosa Freitas e Etelvina Figueira.

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