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Aumento nos fatores de produção terá que refletir-se em toda a cadeia

Deolinda Silva, diretora executiva da PortugalFoods, reconhece que o aumento do preço dos fatores de produção é um "desafio enorme" e que a estabilidade só regressará "em meados" do próximo ano.

"Desafio é enorme" para o agroalimentar, diz a responsável da PortugalFoods Bloomberg
25 de Dezembro de 2021 às 10:09
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A diretora executiva da PortugalFoods afirma que o aumento do preço dos fatores de produção é um "desafio enorme", que se vai refletir em toda a cadeia, notando que o equilíbrio só deverá chegar "em meados" de 2022.

"Confrontamo-nos, neste momento, com uma situação que é demais sabida, que tem a ver com os aumentos dos custos de produção, seja através do aumento da energia, combustíveis ou escassez de matérias-primas. Há toda uma série de desafios que se coloca neste momento que têm a ver com fatores externos, que não conseguimos controlar", apontou a diretora executiva da PortugalFoods, Deolinda Silva, em declarações à Lusa.

Neste momento, o "desafio é enorme", nomeadamente para o agroalimentar, e o impacto desta subida vai ser refletido em todos os elos da cadeia - produção, indústria, distribuição e consumidor.

Só em meados de 2022 é que se deverá verificar "algum equilíbrio", que poderá ser acompanhado com uma subida nos valores das exportações.

"Neste momento, é inequívoco o desafio que se coloca às empresas [...]. A indústria está a fazer um esforço enorme para suprir a escassez de materiais, bem como um aumento enorme do preço destes bens", vincou.

Deolinda Silva destacou ainda o "comportamento exemplar" do setor ao longo da pandemia, respondendo à procura, enquanto apostava na abertura de novos mercados.

Por outro lado, a diversificação dos processos de venda foi também acelerada pela covid-19 e, além das lojas físicas, as empresas querem estar presentes em 'marketplaces' nacionais e internacionais.

"A inovação, neste momento, é a palavra-chave para sobreviver. A médio e longo prazos, quem não inovar não crescerá, nem terá as oportunidades das empresas que apostam na inovação", referiu.

No que se refere à capacitação do setor e aposta na indústria 4.0, Deolinda Silva adiantou à Lusa que a PortugalFoods quer apostar numa segunda edição do PortugalFoods_Qualifica, no âmbito do Portugal 2030.

O PortugalFoods_Qualifica, cuja última iniciativa foi recentemente lançada, decorreu durante dois anos, com 357.000 euros de investimento, abrangendo um conjunto de ações de capacitação sobre temas como a economia digital, economia circular ou literacia financeira.

"Esta experiência foi muito gratificante. Fez-se muito em muito pouco tempo. Queremos desenhar um novo projeto que permita este grau de proximidade com as empresas [...]. Temos que aguardar que os avisos específicos [do Portugal 2030] sejam lançados. Ainda não temos nenhuma pista de quanto isso acontecerá, mas a nossa perspetiva é que isso ocorra dentro do primeiro trimestre de 2022", disse.

Esta nova edição deverá dar continuidade às temáticas já abordadas, introduzindo-se outras, após auscultação das empresas.

"A transição digital e a transição verde vão manter-se no nosso léxico e ações, mas também haverá outros temas como a gestão equilibrada da cadeia de abastecimento", anunciou.

A PortugalFoods integra mais de 150 associados, entre empresas, entidades do sistema científico nacional da fileira agroalimentar e outras entidades conexas.

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