Notícia
Agricultores reclamam "proibição" de pagamento abaixo dos custos de produção
Confederação Nacional da Agricultura denunciada "elevadas diferenças" entre os preços pagos aos agricultores e aqueles cobrados aos consumidores, que chega a 300% em determinados produtos, defendendo maior fiscalização para apurar "quem está, de facto, a ganhar".
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) diz que, "com ou sem 'IVA zero', as diferenças de preços continuam a penalizar agricultores e consumidores", defendendo que seja proibido pagar aos produtores abaixo dos seus custos de produção e que haja maior fiscalização da cadeia agroalimentar no sentido de "clarificar quem está de facto a ganhar".
"A CNA reclama a proibição, por via legislativa, do pagamento aos produtores abaixo dos seus custos de produção, bem como o aprofundamento do trabalho de fiscalização da cadeia agroalimentar, apurando custos e proveitos dos intervenientes, para se clarificar quem está, de facto, a ganhar", sustenta, num comunicado, enviado esta quarta-feira às redações, em que aponta, aliás, que esta deve ser uma "prioridade" do Governo que resultar das eleições de 10 de março.
A organização, com sede em Coimbra, faz o apelo considerando que, à semelhança do que aconteceu aquando do lançamento da medida da isenção do IVA num cabaz de 46 produtos alimentares, também agora, com o seu fim, no passado dia 4 de janeiro, "volta a pairar a ideia de responsabilizar os agricultores pelos aumentos dos preços no consumidor".
Uma "retórica antiga" e que "pretende sobretudo desviar as atenções das elevadas diferenças que persistem entre os preços pagos aos agricultores e aqueles que os consumidores pagam pelos mesmos produtos nas grandes cadeias de distribuição", argumenta.
Neste sentido, a CNA vai buscar dados ao Observatório de Preços Agroalimentar, criado pelo Governo, que "permitem verificar que, em alguns produtos hortícolas, essa diferença aproxima-se dos 200% por meses consecutivos", especificando, a título de exemplo, que "na alface chegou a 300% em agosto".
"Algo está mal quando os produtores não conseguem recuperar a quebra de rendimentos, situando-se abaixo de 2021, uma vez que os 8,7% de aumento estimados para 2023 não repõem os 11% perdidos em 2022; e o cabaz alimentar, que tem um enorme peso no orçamento das famílias, e particularmente das de menores rendimentos, é fonte de alimento dos lucros milionários que, ano após ano, os grandes grupos de distribuição, que dominam o mercado agroalimentar, apresentam", argumenta.
No entanto, "a resposta do Governo é nula", assinala, apontando que prova disso mesmo é o facto de "dos nove estudos de fileira previstos no âmbito do Observatório de Preços, apenas terem sido anunciados os resultados do estudo do leite, que, aliás, comprovam que se pagou aos agricultores abaixo dos seus custos de produção, tal como a CNA tinha denunciado".
"Faltam os restantes estudos e, sobretudo, faltam medidas para impedir a perversidade de se pagar a quem trabalha a terra abaixo daquilo que lhe custou produzir", aponta.
"A CNA reclama a proibição, por via legislativa, do pagamento aos produtores abaixo dos seus custos de produção, bem como o aprofundamento do trabalho de fiscalização da cadeia agroalimentar, apurando custos e proveitos dos intervenientes, para se clarificar quem está, de facto, a ganhar", sustenta, num comunicado, enviado esta quarta-feira às redações, em que aponta, aliás, que esta deve ser uma "prioridade" do Governo que resultar das eleições de 10 de março.
Uma "retórica antiga" e que "pretende sobretudo desviar as atenções das elevadas diferenças que persistem entre os preços pagos aos agricultores e aqueles que os consumidores pagam pelos mesmos produtos nas grandes cadeias de distribuição", argumenta.
Neste sentido, a CNA vai buscar dados ao Observatório de Preços Agroalimentar, criado pelo Governo, que "permitem verificar que, em alguns produtos hortícolas, essa diferença aproxima-se dos 200% por meses consecutivos", especificando, a título de exemplo, que "na alface chegou a 300% em agosto".
"Algo está mal quando os produtores não conseguem recuperar a quebra de rendimentos, situando-se abaixo de 2021, uma vez que os 8,7% de aumento estimados para 2023 não repõem os 11% perdidos em 2022; e o cabaz alimentar, que tem um enorme peso no orçamento das famílias, e particularmente das de menores rendimentos, é fonte de alimento dos lucros milionários que, ano após ano, os grandes grupos de distribuição, que dominam o mercado agroalimentar, apresentam", argumenta.
No entanto, "a resposta do Governo é nula", assinala, apontando que prova disso mesmo é o facto de "dos nove estudos de fileira previstos no âmbito do Observatório de Preços, apenas terem sido anunciados os resultados do estudo do leite, que, aliás, comprovam que se pagou aos agricultores abaixo dos seus custos de produção, tal como a CNA tinha denunciado".
"Faltam os restantes estudos e, sobretudo, faltam medidas para impedir a perversidade de se pagar a quem trabalha a terra abaixo daquilo que lhe custou produzir", aponta.