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Ribeiro Mendes: "Tomás Correia não passaria pelo crivo e teria de sair imediatamente"
Fernando Ribeiro Mendes, candidato à liderança da Associação Mutualista Montepio Geral, assume que ficaria surpreendido se Tomás Correia se candidatasse. Até porque se o fizesse e ganhasse teria de sair no dia seguinte.
Negócios
28 de Outubro de 2018 às 10:59
"Ficaria muito surpreendido se concorresse, porque tenho esperança que ele mantenha um sentido de responsabilidade relativamente à associação mutualista". Assim fala Fernando Ribeiro Mendes, candidato à associação mutualista Montepio Geral, sobre uma possível candidatura do actual presidente António Tomás Correia.
Em entrevista ao Dinheiro Vivo e TSF, Ribeiro Mendes fala de um Tomás Correia sem projectos, esgotado, e que está a falar sozinho, além de o acusar de ter um projecto de "controlo absoluto sobre a Caixa Económica".
Ribeiro Mendes acrescenta que, por isso, seria importante que Tomás Correia "soubesse sair com toda a dignidade do palco".
Mas se Tomás Correia se candidatar e ganhar as eleições no Montepio, diz Ribeiro Mendes, o caso será problemático, porque "teria [Tomás Correia] de sair no dia seguinte porque está em vigor desde o dia 2 de Setembro o novo código mutualista, que é muito claro nesta matéria: sujeita os órgãos sociais com responsabilidades executivas no domínio da protecção social mutualista ao regime jurídico das seguradoras e fundos de pensões, e faz parte dessa sujeição, explicitamente, o artigo que prevê o registo prévio dos dirigentes administradores e outros dirigentes fundamentais das instituições seguradoras que se aplica desde já às mutualidades, e, portanto, não seria possível o registo prévio do Dr. Tomás Correia, porque ele tem processos abertos, não só no regulador da banca, como tem processos em que é arguido no domínio judicial e, portanto, não passaria pelo crivo e teria de sair imediatamente".
Ou seja para Ribeiro Mendes, o nome de Tomás Correia não passará no crivo dos reguladores.
Ribeiro Mendes vê uma associação afastada dos seus associados, uma relação "distante e fria", e que sofreu uma erosão pelos "danos reputacionais" de 2017 e 2018. Reconhece, enquanto elemento que integrou a actual administração, que não se conseguiu inverter essa situação, "embora alertasse para os riscos", mas o que aconteceu "foi um trabalho que se centrou numa espécie de nova tomada de poder sobre a Caixa Económica. Esse foi o desígnio de que me apercebi a certa altura, que é um projecto pessoal, nunca foi discutido no conselho de administração qualquer mudança de pessoas na administração da Caixa Económica". Sobre a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ribeiro Mendes diz que foi "modestíssima" e que visou apenas "salvar a face do governo".
Para Ribeiro Mendes, o plano passa por levar a que a mutualista tenha uma concentração dos seus activos "excessiva" em alguns ativos, "nomeadamente no capital social da Caixa Económica e na actividade seguradora". "Temos de inverter esta situação, temos uma excessiva concentração do nosso balanço nesses dois activos e isso retira-nos recursos para outras actividades que são importantes do ponto de vista dos associados, designadamente a da saúde, e, por outro lado, cria-nos uma exposição excessiva que não é aconselhável nos mercados financeiros actuais".
Do seu plano passa por isso "abrir mais o capital para fazer a Caixa Económica crescer". Abrir o capital mais à economia social mas não apenas em Portugal, onde, no entanto, pisca o olho ao Crédito Agrícola.
"A abertura de capital, na minha perspectiva, é totalmente voltada para o sector da economia social, quer em Portugal, onde sabemos que os recursos são poucos, em todo o caso há também recursos financeiros na economia social em Portugal, por exemplo, nas Caixas de Crédito Agrícola, que poderá ser um parceiro a interessar, mas também há grandes instituições de economia social com grande poder económico e financeiro na Europa". É que, acrescenta, "precisamos de accionistas de referência que venham da economia social, que estejam identificados com os valores mutualistas e da economia social e que tragam competências".
Outra medida que diz que irá tomar é a de redução da remuneração dos órgãos sociais na mutualista. Não se compromete com valores, mas garante: "uma das primeiras medidas que proporei à assembleia geral é uma revisão em profundidade do sistema remuneratório da administração para o adequar àquilo que é o trabalho e a responsabilidade do gestor da associação mutualista".
Em entrevista ao Dinheiro Vivo e TSF, Ribeiro Mendes fala de um Tomás Correia sem projectos, esgotado, e que está a falar sozinho, além de o acusar de ter um projecto de "controlo absoluto sobre a Caixa Económica".
Mas se Tomás Correia se candidatar e ganhar as eleições no Montepio, diz Ribeiro Mendes, o caso será problemático, porque "teria [Tomás Correia] de sair no dia seguinte porque está em vigor desde o dia 2 de Setembro o novo código mutualista, que é muito claro nesta matéria: sujeita os órgãos sociais com responsabilidades executivas no domínio da protecção social mutualista ao regime jurídico das seguradoras e fundos de pensões, e faz parte dessa sujeição, explicitamente, o artigo que prevê o registo prévio dos dirigentes administradores e outros dirigentes fundamentais das instituições seguradoras que se aplica desde já às mutualidades, e, portanto, não seria possível o registo prévio do Dr. Tomás Correia, porque ele tem processos abertos, não só no regulador da banca, como tem processos em que é arguido no domínio judicial e, portanto, não passaria pelo crivo e teria de sair imediatamente".
Ou seja para Ribeiro Mendes, o nome de Tomás Correia não passará no crivo dos reguladores.
Ribeiro Mendes vê uma associação afastada dos seus associados, uma relação "distante e fria", e que sofreu uma erosão pelos "danos reputacionais" de 2017 e 2018. Reconhece, enquanto elemento que integrou a actual administração, que não se conseguiu inverter essa situação, "embora alertasse para os riscos", mas o que aconteceu "foi um trabalho que se centrou numa espécie de nova tomada de poder sobre a Caixa Económica. Esse foi o desígnio de que me apercebi a certa altura, que é um projecto pessoal, nunca foi discutido no conselho de administração qualquer mudança de pessoas na administração da Caixa Económica". Sobre a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ribeiro Mendes diz que foi "modestíssima" e que visou apenas "salvar a face do governo".
Para Ribeiro Mendes, o plano passa por levar a que a mutualista tenha uma concentração dos seus activos "excessiva" em alguns ativos, "nomeadamente no capital social da Caixa Económica e na actividade seguradora". "Temos de inverter esta situação, temos uma excessiva concentração do nosso balanço nesses dois activos e isso retira-nos recursos para outras actividades que são importantes do ponto de vista dos associados, designadamente a da saúde, e, por outro lado, cria-nos uma exposição excessiva que não é aconselhável nos mercados financeiros actuais".
Do seu plano passa por isso "abrir mais o capital para fazer a Caixa Económica crescer". Abrir o capital mais à economia social mas não apenas em Portugal, onde, no entanto, pisca o olho ao Crédito Agrícola.
"A abertura de capital, na minha perspectiva, é totalmente voltada para o sector da economia social, quer em Portugal, onde sabemos que os recursos são poucos, em todo o caso há também recursos financeiros na economia social em Portugal, por exemplo, nas Caixas de Crédito Agrícola, que poderá ser um parceiro a interessar, mas também há grandes instituições de economia social com grande poder económico e financeiro na Europa". É que, acrescenta, "precisamos de accionistas de referência que venham da economia social, que estejam identificados com os valores mutualistas e da economia social e que tragam competências".
Outra medida que diz que irá tomar é a de redução da remuneração dos órgãos sociais na mutualista. Não se compromete com valores, mas garante: "uma das primeiras medidas que proporei à assembleia geral é uma revisão em profundidade do sistema remuneratório da administração para o adequar àquilo que é o trabalho e a responsabilidade do gestor da associação mutualista".