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Tomás Correia avança com candidatura para Montepio com Maria de Belém

Confirmam-se as três listas candidatas ao Montepio: Tomás Correia avança para a presidência, ao passo que Maria de Belém é o nome para o conselho geral.

Miguel Baltazar/Negócios
31 de Outubro de 2018 às 13:22
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Queria ser substituído por uma pessoa mais jovem, mas não aconteceu. Presidente desde 2008, António Tomás Correia vai mesmo recandidatar-se à presidência da administração do Montepio. É a lista apoiada pela actual administração, que terá duas candidaturas de oposição, uma liderada pelo ainda administrador Fernando Ribeiro Mendes e outra sob o comando de António Godinho.

 

A notícia da entrega da lista liderada por Tomás Correia, avançada pelo Jornal Económico e pelo Eco, foi confirmada pelo Negócios junto da assessoria de imprensa do Montepio, mas não foram adiantados mais pormenores. Na equipa da administração fazem parte a deputada socialista Idália Serrão, Luís Almeida, Virgílio Lima e Carlos Beato, estes dois já membros do actual conselho.

 

Para o conselho geral, que é o órgão que acompanha as decisões estratégicas da maior associação mutualista do país, a candidata a presidente é Maria de Belém, enquanto o conselho fiscal é para ser liderado por Ivo Pinho. Vítor Melícias continua, se houver vitória nas eleições, na presidência da mesa da assembleia geral, segundo adiantam os dois jornais. 

 

Do tabu à confirmação

Tomás Correia avança depois de um tabu que vem mantendo há vários meses. Em Fevereiro, já dizia que não fazia ideia se avançaria ou não para um novo mandato, mas avisava que não iria apoiar quem já tinha sido seu opositor: "Infelizmente, os candidatos que se têm perfilado, do meu ponto de vista, não têm sido candidatos à altura de servir o Montepio".

 

Em Abril, dizia que a decisão de candidatar-se seria em nome dos interesses da mutualista. "Candidatar-me ou não é, de facto, uma opção minha. Sendo que a decisão de me candidatar, como foi ao longo da minha vida, é sempre uma opção de serviço. Não é uma opção que resulte do meu interesse pessoal. Eu cedo os meus interesses pessoais perante a necessidade de servir".

 

"Estou completamente tranquilo relativamente a isso", é o que tem dito em relação a investigações judiciais e no Banco de Portugal em relação ao período que exerceu o cargo de presidente da Caixa Económica Montepio Geral, participada do grupo mutualista.

 

À Lusa, Tomás Correia afirmou na semana passada que queria alguém mais jovem para o cargo: "Gostava de ter uma pessoa da geração anterior à minha que assumisse as rédeas do Montepio, imbuída nos seus valores, que não renegasse a sua história e que tivesse condições para acrescentar mais património ao grande património que esta casa tem. E tem de ser alguém que pudesse cá estar 15 anos". Não aconteceu. 

 

Três candidaturas

 

Tomás Correia vai estar à frente de uma das três listas candidatas concorrentes à associação mutualista.

 

António Godinho lidera a lista com o lema "Juntos pelo Montepio. Recuperar a Confiança", com o economista que tem estado na oposição a Tomás Correia Eugénio Rosa a presidir ao conselho fiscal e o ex-administrador do BCP, Alípio Dias, à frente do conselho geral.

 

Esta lista agrega as tendências candidatas às eleições de 2015. "É uma lista de independentes, de pessoas que há muitos anos lutam pela renovação e pelo futuro da Associação Mutualista Montepio Geral", indicou Godinho quando formalizou a candidatura. Foi a tentativa de lista única de oposição, mas que falhou o entendimento com Ribeiro Mendes. 

 

Assim, a terceira lista, a primeira a ser confirmada oficialmente, é liderada por Ribeiro Mendes, que se incompatibilizou com Tomás Correia na administração do Montepio. Nos candidatos à administração está também Miguel Coelho, actual administrador. João Costa Pinto preside ao conselho geral enquanto João Carvalho das Neves é candidato ao conselho fiscal. "Recuperar e credibilizar a instituição" é o objectivo da candidatura, sendo que o presidente candidato considera que se Tomás Correia for eleito, "por força dos processos abertos no regulador da banca e no domínio judicial", terá de sair "no dia seguinte por força do novo Código Mutualista, uma vez que não se pode registar previamente como é agora exigência".

 

O novo Código já entrou em vigor, mas a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) ainda não tem a supervisão financeira do Montepio, que ainda carece de confirmação formal do Governo.

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