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Primeiro défice da Segurança Social daqui a uma década. Almofada não se esgotará até 2060
A receita contributiva é revista em alta e a despesa também, pelo que a previsão para o primeiro défice não se altera. Governo conta agora com um Fundo de Estabilização (FEFFS) mais rentável que não se esgote antes de 2060
As novas projeções de sustentabilidade da Segurança Social que surgem com o Orçamento do Estado reconhecem um aumento na previsão de receita contributiva, mas também da despesa, e continuam a prever o primeiro défice do sistema nuclear que financia as pensões para o "início da década de 2030".
Contudo, se em abril o Governo previa que o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) se esgotasse na primeira metade da década de 2050, espera agora que o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFFS) "não se esgote até ao fim da projeção", ou seja, não antes de 2060.
Se na projeção que acompanhou o Orçamento do Estado para este ano se assumia uma rentabilidade do FEFSSS de 1,9% ao ano, agora as novas projeções assumem "uma rentabilidade anual intrínseca de 4% ao longo do tempo".
"Partindo-se do pressuposto que este será alimentado pelos saldos do sistema previdencial, enquanto existam, e pelas transferências resultantes do adicional ao imposto sobre imóveis, da parcela do IRC e do adicional de solidariedade sobre o setor bancário, estima-se que o fundo não se esgote até ao fim da projeção".
Comparando as duas projeções verifica-se uma melhoria das receitas contributivas, que superará os 23,3 mil milhões de euros em 2023 (em vez de 21 mil milhões em 2022) e que chegará a 2030 acima dos 24,8 mil milhões (em vez dos anteriores 22,7 mil milhões).
Tal como o Negócios explicou recentemente, as receitas estão a crescer bem acima do previsto, um aspeto que não foi considerado no exercício de simulação do cumprimento integral das pensões.
Contudo, a despesa com pensões sobe para 20,3 mil milhões em 2030, contra os 19,4 mil milhões anteriormente previstos.
O saldo para 2030, por exemplo, é revisto em alta de 12 para 471 milhões, o que também alimenta o Fundo de Estabilização (FEFSS), que foi criado para assegurar pensões quando as contribuições já não forem suficientes.