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Fesap: Segurança Social vai perder cerca de 700 funcionários para a reforma
Em causa estão as pessoas que atingem a idade da reforma nos próximos dois anos, segundo revelou José Abraão, da Fesap, após uma reunião com a direção do Instituto da Segurança Social (ISS). PS promete reforço de 350 pessoas.
O Instituto da Segurança Social (ISS), que tem estado muito pressionado com a resposta à pandemia, pode perder nos próximos dois anos cerca de 700 funcionários para a reforma, revelou a Fesap em comunicado, na sequência de uma reunião com a direção do ISS.
Ao Negócios José Abraão precisa que, destes, há mais de 600 que vão atingir a idade da reforma nos próximos dois anos.
"No que diz respeito ao pagamento de subsídio de desemprego ou doença, como há desmaterialização, os processos vão correndo. Agora há um conjunto vasto de novos apoios e este manancial enorme de legislação cria condições que potenciam atrasos", disse.
Nas alterações que apresentou à proposta de orçamento, o PS incluiu uma norma programática que prevê, ao abrigo do concurso lançado em 2018, o recrutamento de "um total de 250 trabalhadores para a carreira de assistente técnico e de 100 trabalhadores para a carreira de técnico superior, durante o ano de 2021, para a constituição de vínculos de emprego público por tempo indeterminado, ficando aquele Instituto autorizado a recorrer às respetivas reservas de recrutamento, até perfazer aqueles números".
Estes números reforçam os 150 assistentes técnicos e os assistentes operacionais que já estavam em processo de recrutamento.
"É uma declaração de intenções que gostaríamos de ver concretizada. Nem sequer repõe" o nível de emprego, comenta José Abraão.
Os atrasos na implementação dos apoios criados após a pandemia veio evidenciar as dificuldades do Instituto da Segurança Social, que tem mais de 8 mil funcionários, na resposta às empresas e aos cidadãos. De acordo com a Fesap, 3.400 estão em teletrabalho.
A ministra da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, já admitiu que a falta de pessoal é um dos problemas na resposta às solicitações.
Há também erros que podem afetar milhares de pessoas. É o caso do incorreto registo de remunerações que, tal como o Negócios noticiou na quarta-feira, penaliza indevidamente os trabalhadores tenham tido cortes salariais por causa do lay-off e que a seguir peçam um subsídio de desemprego, doença e parentalidade.
A lei estabelece que as pessoas em lay-off não podem ser penalizadas na carreira contributiva e o ISS garantiu na terça-feira que vai corrigir e pagar retroativos a todos os que possam ter recebido subsídios inferiores ao previsto.
Na sequência da publicação do artigo, o Negócios recebeu várias queixas de pessoas que se encontram nessa situação.
Notícia corrigida às 21:46 para explicar que a proposta do PS prevê o reforço de 350 funcionários, e não de 250+