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Demógrafos admitem que pandemia pode fazer cair a idade da reforma
Especialistas estimam que os óbitos provocados pela pandemia da covid-19 possam inverter a tendência de aumento da esperança média de vida. Se tal acontecer, então a idade da reforma acabará por recuar.
A mortalidade provocada pela covid-19 poderá fazer recuar a idade da reforma, na medida em que se venha a verificar uma redução no indicador que determina a esperança média de vida e, a partir daí, a idade de acesso à reforma, atualmente nos 66 anos e seis meses e que o INE estimava que em 2022 aumentasse mais um mês.
Um outro impacto será no fator de sustentabilidade, que se aplica em caso de pensões antecipadas e que também tem na sua base de cálculo a esperança média de vida aos 65 anos.
A conclusão é do Eco, que falou com demógrafos segundo os quais o excesso de mortalidade verificado com a pandemia poderá levar o INE a rever em baixa as suas previsões.
"Se 2021 decorrer como 2020, então é certa uma redução da esperança média de vida aos 65 anos, face ao triénio anterior", referiu ao jornal online Maria João Valente Rosa, professora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Também o demógrafo Filipe Ribeiro, da Universidade de Évora considera ser muito provável uma revisão para valores inferiores.
Os cálculos do jornal apontam para uma redução possível de um mês na idade da reforma.