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Apoio aos pais só foi partilhado por 2 mil pessoas

Em causa está o incentivo com pagamento a 100% que foi criado para incentivar o pai e a mãe a partilharem o apoio criado por causa do encerramento das escolas. Ana Mendes Godinho diz que foi solicitado por duas mil pessoas, um número baixo face às dezenas de milhares de pedidos apresentados em cada mês.

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Depois de ter concluído que o chamado "apoio à família", criado por causa do encerramento das escolas, penalizava essencialmente as mulheres, o Governo decidiu tentar incentivar a partilha do apoio com o aumento do valor de 66% para 100% do salário-base. De acordo com a ministra do Trabalho, houve duas mil pessoas que optaram pela partilha. Um número baixo face ao universo de dezenas de milhares de pedidos.

A possibilidade de repartir o apoio entre progenitores foi decidida pelo Governo em meados de fevereiro, num conjunto de alterações que surgiu na sequência da pressão do Parlamento, que ameaçava aumentar e alargar os apoios através de uma coligação negativa.

Nesse diploma, o Governo decidiu não só alargar o apoio a pais em teletrabalho, como aumentá-lo de 66% para 100% da remuneração base caso houvesse partilha, ou seja, caso os progenitores prestassem alternadamente assistência aos filhos: uma semana um, outra semana outro.

A ideia era tentar contrariar o facto de o apoio à família ser essencialmente requerido por mulheres, penalizando-as por as afastar do trabalho e por causa do corte salarial. Os dados oficiais mostram que 80% dos pedidos do ano passado foram feitos por mulheres. Faltavam no entanto dados sobre o efeito das alterações aprovadas em fevereiro.

"Procurámos introduzir algumas alterações aos mecanismos extraordinários para incentivar a partilha entre homens e mulheres, o que fizemos na medida do apoio à família com uma discriminação positiva, o pagamento a 100% para as situações em que ambos os pais partilhem a licença e que foi utilizada por cerca de duas mil pessoas", disse esta quarta-feira no Parlamento Ana Mendes Godinho.

Esta possibilidade só esteve disponível desde o final de fevereiro, poucas semanas antes da progressiva reabertura das escolas.

O número apresentado pela ministra é baixo face ao universo de pedidos de apoio: 68 mil pedidos em janeiro, 103 mil pedidos em fevereiro e 89 mil pedidos em março, de acordo com os dados do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho.

Os deputados chegaram a aprovar o alargamento do apoio aos pais a quem tem filhos com menos de doze anos (e não apenas até ao quarto ano), mas este não teve aplicação imediata porque o diploma só foi publicado depois da reabertura de escolas até ao 9º ano. Este é, aliás, um dos três diplomas que o Governo decidiu enviar para o Tribunal Constitucional, por entender que viola a chamada norma-travão. 

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