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Salvador de Mello: Morte anunciada das PPP “só aumenta” a despesa na saúde
Salvador de Mello, presidente da José de Mello Saúde, defendeu esta terça-feira o reforço do investimento na saúde, em Portugal, um setor que deve estar entre as grandes prioridades desta legislatura.
"Este é o tempo certo para o reforço do investimento, em geral, na área da Saúde - seja o investimento público ou privado - e é também o tempo para uma aposta decisiva na capacidade de gestão e de administração das unidades de saúde e em novos instrumentos que descentralizem a decisão e promovam a ação e a responsabilização", afirmou o responsável.
Salvador de Mello falava na qualidade de presidente do Health Cluster Portugal, na sessão de encerramento da conferência "Saúde: A prioridade da Legislatura", organizada pela Convenção Nacional da Saúde em parceria com a Universidade NOVA de Lisboa.
O responsável considerou "preocupante" que se perca tanto tempo a discutir questões ideológicas, "quando está claro que ninguém deve ficar afastado deste esforço comum de colocar as pessoas no centro dos cuidados de Saúde, sem preconceitos políticos ou ideológicos".
"Quando digo todos, refiro-me em primeiro lugar aos prestadores de Saúde, sejam públicos, privados ou do setor social. Refiro-me também aos políticos, aos empresários, aos gestores e aos especialistas nesta área, assim como a todos os profissionais do setor", acrescentou.
Salvador de Mello criticou ainda as medidas que têm sido adotadas na área da saúde, e que, a seu ver, "não ajudam a resolver o problema de subfinanciamento crónico". "Bem pelo contrário. Medidas como a morte anunciada das Parcerias Público-Privadas ou a redução do recurso à iniciativa privada e ao setor social na prestação de cuidados, como prevê a nova Lei de Bases da Saúde, apenas aumentam a despesa e reduzem os recursos disponíveis", concretizou.
Neste sentido, defendeu a necessidade de se ter, em Portugal, um Serviço Nacional de Saúde "com um propósito" e uma estratégia definida a médio e longo prazo, "que não resulte de decisões conjunturais, navegando sem bússola, ao sabor dos ventos políticos e das mudanças de governo".
"É urgente – e é também prioritário – um Acordo Nacional para a Saúde em Portugal, que tenha a capacidade de olhar para o sistema de saúde como um todo, com valor económico e social e que consiga aproveitar e gerir com eficácia toda a capacidade instalada e todos os recursos disponíveis, no público, como no privado e no setor social. Pois só assim poderemos ser melhores", concluiu.