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Portugal adia por uma semana a segunda dose da vacina da Pfizer

A Direção Geral da Saúde decidiu aumentar de 21 para 28 dias o intervalo entre a toma da primeira e da segunda dose da vacina da Pfizer, o que vai permitir a vacinação de mais 100 mil pessoas até ao final de março.

Rodrigo Antunes / Lusa-EPA
01 de Março de 2021 às 12:51
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O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, anunciou esta segunda-feira, 1 de março, que já foi atualizada a norma 21/2020 da Direção Geral da Saúde (DGS) relativa à vacina da Pfizer, "alargando de 21 para 28 dias o intervalo entre a toma da primeira e da segunda dose".

 

"Temos de ir fazendo ajustes à realidade. (...) Trata-se de uma decisão com amplo consenso técnico da DGS e do Infarmed, e que vai permitir a vacinação de mais 100 mil pessoas até ao final de março", referiu o governante durante uma conferência de imprensa de atualização de informação relativa ao plano de vacinação contra a covid-19.

 

Na semana passada, o coordenador do plano de vacinação contra a covid-19 já tinha defendido no Parlamento o adiamento da toma da segunda dose. O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo disse que mandou a Direção-Geral da Saúde e o Infarmed avaliarem esta matéria devido aos atrasos das farmacêuticas nas entregas e dos estudos que mostram uma proteção elevada após a primeira dose.

 

Lançado há algumas semanas, após o Reino Unido adiar a segunda toma de três para até 12 semanas para chegar a mais pessoas e reduzir as infeções e hospitalizações, o debate ressurgiu em vários países com a publicação de novos dados sobre a eficácia na primeira toma. Holanda e Dinamarca já passaram o prazo para seis semanas e em Portugal aumentou a pressão sobre as autoridades de saúde para ser seguido o mesmo caminho.

 

Em declarações ao Negócios, o imunologista Luís Graça, que integra a comissão técnica de vacinação contra a covid-19 da DGS, disse na semana passada que "em países onde as vacinas não estão a chegar tão depressa e ainda existe uma transmissão importante na comunidade, como Portugal, esta é uma discussão que faz muito sentido". E que "seria uma grande ajuda" para o desconfinamento "em maior segurança".  

 

E havendo agora provas de que "a generalidade das pessoas, de todas as idades, têm uma proteção muito significativa no período em que só estão abrangidas pela primeira dose", o investigador do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Universidade de Lisboa concluiu que "de facto, é claro o benefício de adiar a segunda dose para conseguir proteger a população mais suscetível".

38 milhões e um lugar "acima da média"

A ministra da Saúde, Marta Temido, calculou à Lusa que Portugal tem "neste momento em processo de contratação qualquer coisa como 38 milhões de vacinas" contra a covid-19, Isto é, "muito mais do que aquilo que serão as necessidades para a vacinação integral da população portuguesa" e que permite garantir apoio a outros países.

autorizada pelo regulador dos EUA, a vacina monodose da Johnson & Johnson deve ser aprovada no início de março pela Agência Europeia do Medicamento e começar a ser distribuída em abril na União Europeia. Será a quarta vacina no espaço comunitário, depois da luz verde dada às soluções da Pfizer - BioNTech, da Moderna e da AstraZeneca – Universidade de Oxford.

Até domingo à noite foram administradas cerca de 868 mil vacinas em Portugal (das quais 265 mil foram segundas doses). E mesmo assinalando que não se trata de "um ranking de países porque todos [estão] a fazer o mesmo caminho com um objetivo comum", Lacerda Sales fez questão de assinalar que, dois meses após o início da vacinação, as 8,45 doses por 100 habitantes estão acima da média europeia (7,35).

 

Cerca de 35% da população com 80 ou mais anos residente em Portugal Continental já recebeu, pelo menos, uma dose da vacina, sendo que 9% já está imunizada com as duas doses. Quanto aos profissionais de saúde, que encabeçaram a lista de prioritários em Portugal, o secretário de Estado referiu que 70% já recebeu, pelo menos, uma dose.

Trissomia 21 entra na lista de prioridades Os adultos com Trissomia 21 entraram para a lista de prioritários no plano de vacinação contra a covid-19. A diretora geral da Saúde, Graça Freitas, explicou que o estudo de impacto desta doença nos internamentos e na mortalidade revelou-se positivo, pelo que fez a proposta de inclusão à "task force" e ao gabinete do secretário de Estado, que foi bem acolhida. Foram identificadas para vacinar cerca de 3.500 pessoas em idade adulta, de uma população total, incluindo crianças, com 6.000 elementos. "Estamos abertos a analisar outros grupos que vão sendo propostos, seja no âmbito de salvar vidas, seja noutros, como o acrescentar resiliência à sociedade", completou Graça Freitas.


(Notícia atualizada às 13:15 com mais informações sobre o plano de vacinação)

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