Notícia
População com limitações físicas e qualidade de vida para lá dos 65 melhoram em Portugal
Há cada vez menos pessoas impedidas de realizar atividades habituais devido às suas condições de saúde e a esperança de vida saudável para lá dos 65 anos também aumentou, pelo menos até à pandemia.
Em Portugal, há cada vez menos pessoas impedidas de realizar atividades por um problema de saúde e, os idosos, vivem mais anos com saúde. São algumas das conclusões das estatísticas apresentadas pelo INE na véspera do dia Mundial da Saúde.
Para ser mais concreto, nos últimos cinco anos, a "percentagem da população com limitações na realização de atividades habituais devido a problemas de saúde" passou de "36,1% em 2015 para 32,1% em 2020". Mesmo assim, entre os 27 estados-membros Portugal continua a ser um dos países com uma percentagem mais elevada, uma vez que a média do resto da Europa evoluiu no mesmo período dos 33% para os 24%. Sensivelmente, um em cada três portugueses continuam a não poder praticar algum tipo de atividade física, apesar de nos casos não severos este valor se situar agora nos 23,6% (face aos 26,7% de 2015).
Quando os dados são consultados por género, notam-se mais assimetrias. Em comparação com o resto da União Europeia, Portugal tem o sexto índice mais elevado, mas se considerarmos apenas o sexo masculino, o país desce até ao nono lugar. Isolando as mulheres sobe para terceiro. Numa situação pior, e por ordem ascendente, estão a algumas surpresas: a Áustria, a Croácia, a Estónia, Finlândia e Letónia – muito perto da marca dos 40%. O melhor entre os estados membros da UE é mesmo Malta, onde pouco mais de 10 pessoas em cada 100 pessoas não conseguem realizar algum tipo de atividade habitual devido a problemas de saúde.
Idosos vivem mais tempo com saúde
Outra evolução positiva aconteceu na expetativa de vida saudável depois dos 65 anos de idade. Os dados do INE explicam que, em média, os portugueses podem esperar vivem com saúde até aos 72 anos e quatro meses, já que o indicador se situou nos 7,3. No panorama europeu, Portugal continua abaixo da média que se fixou em 2019 nos 10,3 anos.
Ainda assim, a esperança média de vida para lá dos 65 fixou-se nos 19,61 anos. Ou seja, é possível viver, em média, quase mais doze anos e quatro meses para lá dos 65 e de algumas perdas a nível de saúde (7,3 anos).
É importante ressaltar que os dados são referentes ao ano de 2019 e início de 2020, não sendo assim possível ao INE medir o impacto da pandemia na saúde dos portugueses. De qualquer forma, outros estudos, com dados mais imediatos, mostraram em dezembro do ano passado que a pandemia provocou um excesso de mortalidade, o que tem um impacto direto em ambos os indicadores.
Também segundo o INE, morreram em Portugal durante o ano de 2020 um excesso de 12.220 pessoas face à média dos últimos cinco anos, e 11.118 face a 2019. É o que nos diz o relatório dos dados preliminares da mortalidade de 2020.