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PCP quer ministro da Saúde no parlamento para explicar novo caso de legionella
O PCP quer que o ministro da Saúde vá ao parlamento explicar o caso de legionella no hospital S. Francisco Xavier, envolvendo pelo menos 19 doentes, que considera colocar em "evidência a falta de investimento" no controlo da doença.
"A detecção, para já, de 18 doentes e um trabalhador no Hospital S. Francisco Xavier, infectados por uma bactéria do género legionella, coloca mais uma vez em evidência a falta de investimento numa área fundamental para a saúde pública que é o controlo desta doença", refere o PCP, num comunicado divulgado hoje.
A situação "é ainda mais preocupante, quando anteriormente se verificaram situações semelhantes em outras unidades hospitalares", apontam os comunistas, acrescentando que "a gravidade e dimensão deste caso está ainda longe de ser conhecida".
A Direcção-geral da Saúde (DGS) confirmou no sábado a existência de 19 casos de doença dos legionários detectados no Hospital de São Francisco Xavier em Lisboa, desde o dia 31 de Outubro.
O PCP refere que, como o período de incubação da doença pode ir até 10 dias, "o universo das pessoas infectadas pode ser mais largo, o que, por si só, exige um reforço de meios, quer na identificação rápida da origem do problema e da sua resolução, quer no tratamento dos doentes".
Para os comunistas, este caso "põe em evidência um conjunto de insuficiências, designadamente ao nível de prevenção e monitorização, verificadas na intervenção do Ministério da Saúde e em particular da DGS".
Estas insuficiências, segundo o PCP, resultam de uma política financeira "restritiva" implementada há muito tempo, particularmente no último Governo PSD/CDS, e que "limita, não só o investimento em meios humanos e técnicos, como impede o investimento na renovação e reparação de equipamentos e nos edifícios onde funcionam as unidades de saúde".
O PCP recorda que, quando ocorreu o surto de legionella no concelho de Vila Franca de Xira, em 2014, vinha chamando a atenção para o facto de a estrutura da DGS e a estrutura de Saúde Pública "serem claramente insuficientes para responder a situações como a que se viveu na altura".
Os comunistas questionam o que foi feito desde essa altura para enfrentar situações como estas e realçam que os portugueses precisam de conhecer como está a funcionar o Programa de Vigilância Epidemiológica Integrada da Doença dos Legionários, quem é o seu responsável, se existem responsáveis regionais e que investimentos foram realizados nesta área, após o surto de 2014.
Para obter "respostas rigorosas" sobre este assunto, o Grupo Parlamentar do PCP irá pedir a presença do ministro da Saúde na Assembleia da República.
No sábado, a directora-geral de Saúde, Graça Freitas, afirmou que "nada falhou" na prevenção e nas medidas de controlo da infecção com a bactéria legionela no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
"Não falhou nada. (...) Há um equilíbrio entre o que conseguimos fazer para contrariar a Natureza e a própria Natureza", disse a responsável em conferência de imprensa, acrescentando que "nem sempre as melhores medidas conseguem contrariar esta dinâmica das bactérias".