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Legionella: Centro Hospitalar rejeita falta de investimentos como causa do surto
A administração do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental rejeitou hoje qualquer relação entre o surto de infecção com 'legionella' no hospital São Francisco Xavier, que causou dois mortos, e a capacidade de financiamento e investimentos existente na unidade.
"O Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental esclarece que mantém um contrato de concessão de exploração da unidade de cogeração para fornecimento de energia térmica ao hospital São Francisco Xavier com uma empresa especializada e certificada", refere, num comunicado enviado à agência Lusa.
A administração salienta que o contrato estabelece a "responsabilidade da empresa e as condições em que essa deve ser executada".
"Incluiu toda a manutenção preventiva e correctiva, bem como quaisquer outros encargos que resultem necessários ao bom funcionamento dessa unidade", refere, vincando que "não existe, pois, nenhuma relação entre a situação ocorrida e a capacidade de financiamento e investimentos no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental EPE".
O surto de infecção com a bactéria 'legionella' no hospital São Francisco Xavier provocou dois mortos, um homem de 77 anos e uma mulher de 70 anos, anunciou hoje a Direcção-Geral da Saúde.
Em conferência de imprensa, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, adiantou que a mulher estava internada na unidade de cuidados intensivos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e o homem nos cuidados intensivos de uma unidade de saúde privada.
O balanço das pessoas infectadas com a bactéria 'legionella' subiu hoje para 29, encontrando-se 26 internados, três dos quais nos cuidados intensivos do Hospital São Francisco Xavier, onde foi detectada a infecção.
Graça Freitas disse que o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge está a realizar análises, que vão demorar tempo a produzir resultados para detectar a origem do surto, admitindo a responsável que poderá estar nas torres de refrigeração ou no sistema de águas do hospital.
O ministro da Saúde deu duas semanas à Direcção-Geral de Saúde e ao Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) para que "habilitem o governo com um relatório detalhado, que seja do conhecimento público", para apurar a forma como as coisas correram.