Notícia
Opus Dei desmente interferência no Hospital Santa Maria
A entidade religiosa reagiu às conclusões do estudo que apontam para que a unidade hospitalar "continua atravessada por fortes conflitos de interesse e actos nas zonas cinzentas ou silenciadas que se configuram como corrupção".
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"O Opus Dei desmente categórica e integralmente o conteúdo de tal afirmação", refere um comunicado emitido esta quarta-feira, 27 de Maio, pela Opus Dei, em reacção a um estudo que concluiu que os interesses e corrupção minam o Hospital de Santa Maria (HSM).
"A Maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos ainda são três realidades externas que intersectam a esfera do HSM", refere o estudo "Valores, qualidade institucional e desenvolvimento em Portugal, encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e efectuado por Sónia Pires.
A Opus Dei refere em comunicado enviado às redacções que "Sónia Pires não contactou com a prelatura do Opus Dei para o seu trabalho", pedindo à responsável pelo estudo que "caso tenha proferido as palavras que lhe são atribuídas, retire a afirmação"
"Se a afirmação, apesar de lhe ser atribuída, tiver sido dita, afinal, por alguma pessoa envolvida no estudo, desejamos que as autoridades competentes realizem uma investigação sobre as suspeitas levantadas", acrescenta o comunicado, dando conta que "a prelatura do Opus Dei está e estará sempre disponível para colaborar com as autoridades".
O estudo hoje noticiado pela Lusa tem por base "questionários e entrevistas recolhidos entre 2012 e 2013", traçando um retrato negro da instituição onde se entrecruzam os interesses públicos e privados de "grupos poderosos", nomeadamente na classe médica e na direcção de serviços de apoio que condicionam o funcionamento dos serviços a nível de recursos humanos e aquisição de material clínico.
Sónia Pires destaca que "as condições melhoraram" entretanto, mas continuam a ser "prática comum" pequenos actos de corrupção como, por exemplo, "troca de favores, fazendo passar à frente, nas listas de espera, amigos e familiares, e o médico assistente canalizar os pacientes que têm de fazer análises para laboratórios privados dos quais é sócio".