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Expansão internacional não é a "prioridade" da José de Mello Saúde

A dona dos hospitais CUF quer apostar no mercado interno, onde tem plano para investir 200 milhões de euros, antes de alargar a oferta ao estrangeiro. A cotação em bolsa também "não está nos planos imediatos" da empresa, revela Salvador de Mello em entrevista ao Diário de Notícias.

Miguel Baltazar/Negócios
29 de Julho de 2015 às 09:53
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A José de Mello Saúde, que detém os hospitais CUF e gere os hospitais de Braga e de Vila Franca de Xira em regime de parceria público-privada (PPP), tem um plano de investimento que ascende a 200 milhões de euros, a concretizar nos próximos três anos em Portugal. Embora "não [diga] que no futuro isso não venha a fazer sentido", a expansão internacional "não é a prioridade neste momento", sustenta Salvador de Mello.

 

Em entrevista ao Diário de Notícias, publicada esta quarta-feira, 29 de Julho, o presidente executivo referiu que está "muito focado" no seu projecto de crescimento em Portugal. "Temos um plano muito ambicioso, que passa por construir um novo hospital em Lisboa [já avaliado em cem milhões de euros], por expandir a CUF Descobertas, abrir uma nova unidade em Viseu [no primeiro semestre de 2016] e outras noutros pontos do país (…) só a partir de 2017", detalhou.

 

Em Março deste ano, o grupo chegou a acordo para a aquisição da totalidade do capital social da sociedade Hospital Privado de Santarém-Scalmed SA, proprietária do Hospital Privado de Santarém. Esta unidade conta com 24 camas, três salas de bloco e 21 gabinetes de consulta, podendo servir oito concelhos da região e uma população de mais de 190 mil habitantes.

 

Nas suas unidades hospitalares portuguesas, o número de pacientes estrangeiros "tem vindo a subir, mas a um ritmo normal", admite o gestor do agora único grande grupo de saúde 100% português, acrescentando que "não tem sido um crescimento extraordinário". Uma "parte significativa" desses clientes das clínicas CUF são provenientes de Angola, mas o responsável sublinha que não são os únicos.

 

Após a compra dos HPP pelos norte-americanos da United Health e da Espírito Santo Saúde pelos chineses da Fosun, Salvador de Mello antevê que o mercado vai continuar a crescer e haverá uma maior concentração de actividade, com a integração de unidades mais pequenas em unidades maiores. E destacou ainda que "não está nos planos imediatos" da administração cotar a empresa em bolsa, salvaguardando, porém, que essa é "uma opção sempre em aberto em função das circunstâncias".

 

No primeiro semestre de 2014, a José de Mello Saúde registou lucros de 12,6 milhões de euros, um aumento de 14,4% face aos primeiros seis meses do ano passado. Os rendimentos operacionais foram de 277,2 milhões de euros, mais 8,9% do que entre Janeiro e Junho do ano passado, com a empresa a comunicar à CMVM que "este crescimento foi maioritariamente motivado pelo aumento da actividade nos hospitais privados (12,9%), contando também com a contribuição do segmento de cuidados de saúde públicos (4%)". O EBITDA (resultados antes de amortizações, depreciações, juros e impostos) ascendeu a 36,1 milhões de euros, mais 15,9% também na comparação homóloga.

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