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Dívidas em atraso dos hospitais já voltaram a subir

Em Maio, os pagamentos em atraso (com mais de 90 dias) dos hospitais EPE atingiram os 705 milhões de euros, o que representa um aumento de 50 milhões face ao mês anterior, de acordo com a síntese de execução orçamental.

27 de Junho de 2018 às 13:02
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As dívidas em atraso dos hospitais com estatuto empresarial (EPE) voltaram a subir em Maio, invertendo a tendência que se verificava desde Março.

De acordo com os números da síntese de execução orçamental, divulgada esta terça-feira, 26 de Junho, os pagamentos em atraso (dívidas por pagar há mais de 90 dias) ascendiam a 705 milhões de euros no final de Maio, o que representa um agravamento de 50 milhões face ao mês anterior.

Em termos homólogos, os dados da DGO apontam, ainda assim, para um decréscimo de 34 milhões em relação a Maio de 2017.

O Negócios tentou obter uma explicação junto do Ministério da Saúde, tanto mais que o efeito das duas primeiras tranches das verbas transferidas para os hospitais para pagar dívidas em atraso parece já ter sido absorvido, mas até ao momento não foi possível.

Recorde-se que o ministro da Saúde anunciou em Novembro do ano passado um reforço extraordinário de 1,4 mil milhões de euros para resolver o problema das dívidas em atraso na Saúde. A primeira tranche, no valor de 500 milhões, seria transferida até ao final do ano e a segunda de (400 milhões) no inicio deste ano.

Na semana passada, Adalberto Campos Fernandes revelou no Parlamento que a transferência de 500 milhões referente à terceira e útima tranche, iria começar a ser executada em Julho e prolongar-se até Outubro.

Despesa cresceu 3,4%
Olhando para os valores constantes nas sínteses de execução orçamental conclui-se que as dívidas em atraso registaram um descida de 266 milhões ainda em Dezembro. Em Janeiro e Fevereiro voltaram a subir para 1024 milhões mas em MArço começaram a baixar outra vez, tendo atingido os 655 milhões no final de Abril.

Tal como o Negócios noticiou no dia 4 de Junho, os próprios responsáveis das associações dos principais credores dos hospitais, a indústria farmacêutica e as empresas de dispositivos médicos, a dívida tinha baixado mas iria voltar a subir. O que se não esperaria é que isso ocorresse já no mês de Maio.

Na nota divulgada esta terça-feira, o Ministério das Finanças faz apenas referência ao facto de os pagamentos em atraso terem descido ligeiramente face ao mesmo período do ano passado "explicada sobretudo pela redução nos hospitais EPE de 35 milhões de euros".

Na área da Saúde, as Finanças preferiram destacar ainda o facto de a despesa, que subiu 2,9% em Maio, ter atingido "máximos do período pré-troika".

"A despesa do SNS na óptica financeira registou um crescimento de 3,4%, acima do orçamentado, reflectindo um aumento de 4% nas despesas com bens e serviços e o crescimento de 56% do investimento", refere o comunicado.
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