Notícia
Despesa com medicamentos nos hospitais está a aumentar
O objectivo é poupar, mas os hospitais continuam sem conseguir controlar a despesa com medicamentos.
Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) gastaram nos primeiros cinco meses do ano 435,6 milhões de euros, mais 0,6% do que em igual período de 2012. A contribuir para este aumento esteve sobretudo a evolução da despesa nas consultas externas e produtos cedidos a doentes externos (+ 4,6%).
As consultas externas, juntamente com o hospital de dia e a cirurgia de ambulatório constituem o ambulatório hospitalar, que representa o grosso da despesa com medicamentos (76,1%). Este elevado peso deve-se “essencialmente à despesa com medicamentos cedidos nos serviços farmacêuticos (45,9%), entre os quais se destacam os medicamentos para o VIH, a Artrite Reumatóide e a Esclerose Múltipla”, explica o Infarmed, no relatório de monitorização do mercado divulgado esta quinta-feira.
Os hospitais que mais contribuíram para o crescimento observado foram o Centro Hospitalar do Porto, o Centro Hospitalar de São João, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, por serem as maiores unidades do País. Dezasseis das 47 unidades hospitalares do SNS representam aproximadamente 80% da despesa com medicamentos.
Mesmo hospitais do Norte, que há mais de um ano têm uma política de compras centralizada com vista à poupança, registam, até Maio, aumentos na despesa com remédios. É o caso do Centro Hospitalar do Porto (+ 10,5%) e do Centro Hospitalar de São João (+ 7,5%).
Esta evolução vai em sentido contrário ao que é esperado pelo Governo que, no memorando da troika, se comprometeu a baixar a despesa com medicamentos, quer em meio hospitalar, quer em ambulatório (farmácias). Para compensar a derrapagem das metas vale o acordo com a indústria farmacêutica, que se compromete a repor as verbas gastas para lá do acordado.