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Coronavírus: Indústria mais sexy adia reunião para evitar contactos

A associação dos industriais portugueses de calçado adiou esta semana, “por precaução”, uma reunião para evitar o contacto com alguns dos 400 que estiveram recentemente em Milão, na maior feira mundial de calçado.

28 de Fevereiro de 2020 às 15:32
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A cidade de Milão, centro financeiro de Itália e capital da moda, está irreconhecível, com as ruas esvaziadas de pessoas e muitos estabelecimentos comerciais fechados, num país que já regista 17 mortes e 655 casos de infeção pelo coronavírus.

 

Foi aqui que estiveram, ainda há duas semanas, entre os dias 15 e 19, cerca de 400 industriais portugueses de calçado, o secretário de Estado da Economia João Neves e um grupo de jornalistas nacionais, nomeadamente na Micam, a maior feira mundial de calçado.

 

"Fomos rastreados na chegada ao aeroporto, em Milão, mas no regresso não houve rigorosamente nada - cá não houve esse tipo de controlo", admitiu Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), em declarações ao Negócios.

 

Já em Portugal, a APICCAPS teve conhecimento que, da vasta comitiva que participou em Milão, "houve três pessoas que achavam que tinham algum sintoma, tendo sido avaliadas, com o resultado das análises a dar negativo", afiançou Paulo Gonçalves.

 

Entretanto, a APICCAPS decidiu adiar uma reunião nas suas instalações, que estava marcada para a passada quarta-feira, 26 de fevereiro, com "cerca de três dezenas de pessoas do setor de artigos de pele, um terço das quais tinham estado na Micam, embora nenhuma tenha apresentado sintomas", garantiu o mesmo responsável associativo.

 

Então porquê o adiamento da reunião? "Por uma questão de precaução, de bom senso…", respondeu Gonçalves.

 

A indústria portuguesa de calçado, que se apresenta ao mundo como "a indústria mais sexy da Europa", exporta mais de 95% da sua produção para 163 países, nos cinco continentes.

 

Após uma década de forte crescimento, com as exportações a aumentarem cerca de 50%, o setor entrou em queda nos últimos dois anos, com as vendas ao exterior a caírem 5,7% em 2019 - para cerca de 1,8 mil milhões de euros -, depois de já terem recuado 3% no ano anterior.

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