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Coronavírus: "Obviamente que estamos todos preocupados com a pressão nos serviços", diz a DGS

Graça Feitas está a responder às dúvidas dos deputados sobre as medidas que estão a ser tomadas para conter os avanços do novo coronavírus. A diretora-geral da saúde admitiu preocupações, mas considera que o serviço de saúde "é bom".

Tiago Sousa Dias
10 de Março de 2020 às 16:32
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A diretora-geral de saúde, Graça Freitas, admitiu estar preocupada com a pressão do novo coronavírus sob os serviços de saúde, considerando que Portugal tem "um bom dispositivo", o que, ainda assim, dá tranquilidade.

"Obviamente que estamos todos preocupados com a pressão [do Covid-19] nos serviços de saúde, mas não só. Em todos os setores de sociedade", afirmou a diretora-geral de saúde, numa audição no Parlamento.

Os deputados da comissão parlamentar de saúde estão a questionar Graça Freitas sobre medidas que estão a ser as tomadas para responder ao COVID-19, sobretudo no Serviço Nacional de Saúde.  

Apesar das preocupações sobre os serviços, a diretora-geral assegurou que Portugal tem "um bom dispositivo de saúde público" para lidar com o novo coronavírus, que envolve os setores público, privado e social, considerando que isso lhe dá uma "grande tranquilidade".

Uma das preocupações em cima da mesa, levantada por exemplo pelo deputado do PSD Ricardo Batista Leite, tem a ver com o número de trabalhadores de saúde. Recorde-se que o plano de contingência da direção-geral de saúde sugere duplicar os recursos humanos no internamento de adultos e de triplicar no caso dos serviços pediátricos.

"Temos de trabalhar para expandir os recursos, mas o que sei é que os recursos que temos à data duplicaram ou triplicaram as horas de trabalho", afirmou Graça Freitas.

Outra das preocupações dos deputados, sobretudo do PSD e do PCP, pela deputada Paula Santos, foi sobre a capacidade do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente sobre o número de camas disponível, a capacidade de respostas ventilatórias e de material de proteção. 

A diretora-geral de saúde afirmou que "a questão dos quartos não é estática", já que apesar de o número de quartos de isolamento ser 'x', pode ser aumentado para muito mais do que 'x'". Isto porque, explicou Graça Freitas, os pacientes podem ser agrupados em 'cohorts', ou seja, em grupos com características semelhantes (como a data de contágio, entre outros).

"Cada um de nós é o seu próprio ambulatório"

No entanto, Graça Freitas sublinhou que o importante é "inverter a curva do contágio e dar tempo aos serviços para responder". O objetivo, repetiu, é "retardar, retardar, retardar a progressão do vírus", porque o impacto nos serviços de saúde "tem muito a ver com a taxa de ataque", ou seja, de quantas pessoas estão doentes ao mesmo tempo. "É muito diferente ter uma taxa de ataque de 1%, ou de 2% ou 3%", disse.

Para travar o contágio, a diretora-geral de saúde defendeu que "muitas situações podem ser tratadas em casa", através de um internamento domiciliário, já que 80% dos infetados pelo novo coronavírus apresentam uma infeção ligeira. "Cada um de nós é o seu próprio ambulatório", Graça Freitas.

Para a diretora-geral de saúde, há uma "grande necessidade" de a sociedade se tornar resiliente, insistindo na adesão às medidas de contenção pela população. 

Há um doente que "merece especial observação"

Segundo a Graça Freitas, um dos 41 casos diagnosticados com COVID-19 (segundo a última atualização da DGS, que foi feita esta manhã), "merece 
especial observação pelo seu estado clínico". Os restantes infetados com o novo coronavírus "estão estáveis".

(Atualizado às 17:05 com mais informação)

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