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Sampaio da Nóvoa considera que a única alternativa é um Governo com maioria parlamentar
O candidato à Presidência da República António Sampaio da Nóvoa disse este domingo, em Lisboa, que "havendo um acordo de maioria parlamentar" não resta "nenhuma outra alternativa" que não seja "empossar esse Governo".
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"Consistentemente repeti sempre que, havendo uma maioria parlamentar, fosse ela qual fosse, à direita ou à esquerda, havendo um acordo de maioria parlamentar, não restaria nenhuma outra alternativa a não ser empossar esse Governo e confiar nesse Governo", afirmou Sampaio da Nóvoa aos jornalistas à margem de um debate hoje em Lisboa, sobre o sector da saúde, que reuniu pouco mais de 50 pessoas, num hotel da capital.
Questionado pela Lusa sobre a iniciativa de António Costa, do PS, de ter encetado negociações com diversos partidos para alcançar uma plataforma de acordos visando garantir a formação de um Governo, Sampaio da Nóvoa afirmou: "vejo com muito bons olhos o alargamento da nossa democracia, a nossa democracia está a alargar-se, [pois] parecia que estava amputada".
"Parecia que uma parte dos portugueses que votavam em determinados partidos, era quase como se não fizessem parte da nossa democracia", acrescentou o candidato presidencial, que referiu ainda que "vê com muito bons olhos esse alargamento e a possibilidade de se chegar a um entendimento entre partidos que são muito diferentes, em nome de uma nova fase da nossa vida política".
Para o candidato, na eventualidade do actual Governo, liderado por Pedro Passos Coelho, não passar, terça-feira, na Assembleia da República, "a solução natural e quase inevitável", é que o actual Presidente da República convide António Costa a formar Governo.
Sampaio da Nóvoa referiu ainda que ouviu "uma série de constitucionalistas muito reputados" que lhe afirmaram que "seria inconstitucional" a possibilidade de, após o executivo não passar no parlamento, ser prolongado como "em funções de gestão".
"Não parece restar outra opção ao Presidente da República, que não seja esse convite [a António Costa] e o dar posse a um Governo que resulte dessa maioria parlamentar", rematou.
O painel sobre saúde juntou vários ex-ministros e secretários de Estado de Governos socialistas, e uma "audiência de caras conhecidas", como afirmou Manuel Pizarro, um dos participantes.
Além de Pizarro, na mesa sentaram António Correia de Campos, Ana Jorge, Francisco Ramos, o catedrático jubilado Constantino Sakellarides e António Sampaio da Nóvoa.
António Arnaut o criador do Serviço Nacional de Saúde (SNS) deu o seu testemunho através de um vídeo, tendo afirmado que o SNS "é a trave-mestra do Estado-social". Arnaut justificou o seu apoio a Sampaio da Nóvoa afirmando que "tem da acção política um conceito ético".
Constantino Sakellarides abriu o debate afirmando que "há qualquer coisa nova no ar", o que serviu de mote para o candidato, que se comprometeu a defender o SNS que apontou como "um dos maiores sucessos da nossa democracia".
Defendeu também a manutenção de "um acesso geral e universal, tendencialmente gratuito, preparado e pensado para o bem público".
Sampaio da Nóvoa criticou "o desequilíbrio que se vem acentuando" entre os sectores público e privado, na área da saúde, apelando para que "não haja ligações preservas entre uns e outros".
O candidato afirmou que tem conhecimento de um mal-estar entre os profissionais de saúde onde reina "o recrutamento e a contratação precária".
Reconhecendo que o Presidente da República não tem poderes executivos, defendeu que o Chefe de Estado deve exercer a sua "magistratura de influência" e que "esteja disposto a bater-se por princípios e pela Constituição".
Entre os presentes esteve a mãe de António Costa, a jornalista Maria Antónia Palla e também o capitão de Abril, Vasco Lourenço.
Nóvoa prometeu vir a ser um Presidente capaz de "afirmar a importância da saúde no quadro social".