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Trabalhos entre PS e BE continuam, garante Catarina Martins
A líder do Bloco de Esquerda disse esta quarta-feira que a esquerda continua à procura de uma solução para resolver o impasse governativo. Catarina Martins reuniu em São Bento para preparar reunião do Conselho Europeu.
Catarina Martins garantiu que continuam os trabalhos com o PS para encontrar "uma solução de governo". A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE) falava esta quarta-feira, 14 de Outubro, à margem da reunião de preparação dos partidos para a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo. Os líderes do PS, PSD e Bloco de Esquerda irão reunir-se com as respectivas famílias políticas europeias, antes do início dos trabalhos do Conselho Europeu, no qual Passos representará Portugal enquanto primeiro-ministro em exercício.
"Se nós achássemos que não havia espaço para entendimento, não tínhamos continuado a negociar. Se o fazemos, fazemo-lo a sério porque há passos que estão a ser dados", afirmou.
"No que que toca ao Bloco de Esquerda, estão reunidas as condições para dizermos que o governo de Passos Coelho acabou", reforçou Catarina Martins. "O BE não faz simulacros. Nós fizemos um desafio claro ao PS ainda na altura da pré-campanha e agora sentamo-nos à mesa exactamente com esse mesmo compromisso e a fazer o trabalho que possa permitir a Portugal uma solução de Governo que recupere rendimentos e combata a precarização do trabalho", disse.
A líder da terceira força política mais votada nas eleições de dia 4 de Outubro recusou no entanto comentar a reunião técnica desta quarta-feira ou o encontro entre o Partido Socialista e a coligação Portugal à Frente. "As negociações fazem-se à mesa e não em declarações aos jornalistas", afirmou.
"Ninguém considera estranho que o BE cumpra precisamente aquilo que disse na campanha, face ao resultado eleitoral, em que a direita está em minoria e há uma maioria no parlamento que se destacou, ao longo de quatro anos, por defender a Constituição, enquanto a minoria PSD/CDS a atacava a cada orçamento e proposta legislativa".
Catarina Martins sublinhou no entanto que é importante não esquecer que existem acontecimentos paralelos à crise governativa de impasse político que se vive em Portugal, referindo-se à crise de refugiados e ao grupo de activistas políticos presos em Angola.