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Rui Rocha diz que "o mais natural" é IL ficar de fora de um Governo da AD

"Neste momento a solução mais óbvia para a que podemos contribuir é com essa presença no parlamento analisando caso a caso", enfatizou.

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15 de Março de 2024 às 21:48
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O líder da IL considerou esta sexta-feira que "o mais natural" é ficar de fora de um Governo da AD e negociar "caso a caso" no parlamento, mas está disponível para ouvir se o partido vencedor defender uma "solução mais estrutural".

Rui Rocha esteve esta tarde cerca de uma hora e meia a ser ouvido em audiência pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tendo no final transmitido aos jornalistas que "os votos não estão todos contados", mas "há ainda que averiguar qual é o resultado final destas eleições".

"Respeitando até essa contagem de votos, o que está sobre a nossa mesa é precisamente essa situação: caso a caso, peça a peça, momento a momento, orçamento a orçamento, contribuirmos para soluções caso a caso", respondeu, quando questionado sobre a intenção da IL vir a integrar ou não um Governo da AD.

Considerando que "o mais natural face aos resultados" é ficar de fora de um Governo da AD, o líder da IL deixou a porta aberta ao diálogo, caso haja da "parte do partido vencedor das eleições outro tipo de análise que possa implicar outro tipo de solução mais estrutural".

"Nós cá estaremos para ouvir. Não fazemos todavia disso ponto de honra, caberá ao partido vencedor analisar os cenários em que se quer mover e, portanto, com toda a transparência o que dizemos é que neste momento, agora que estamos a falar, o nosso cenário de base é estarmos no parlamento com essa missão que acabei de descrever", disse.

Questionado sobre se já teve alguma conversa com o líder do PSD, Luís Montenegro, Rui Rocha começou por responder que "não faz sentido haver este tipo de conversas enquanto os cenários não estiverem clarificados".

"Neste momento a solução mais óbvia para a que podemos contribuir é com essa presença no parlamento analisando caso a caso", enfatizou.

Perante a insistência dos jornalistas, o presidente liberal respondeu que "houve uma conversa na própria noite eleitoral" e agora não faria sentido haver conversas sem os resultados apurados.

"Cabe depois ao partido vencedor avaliar cenários e fazer os contactos e as diligências que entender, sendo que nós estamos de facto muito tranquilos com essa visão que temos de estar no parlamento", insistiu.

Rui Rocha tinha começado por sublinhar que a posição da IL "é clara" e que tinha sido isso mesmo que tinha transmitido a Marcelo Rebelo de Sousa.

"O cenário de base em que nos movemos na IL é de estarmos no parlamento, apresentando as nossas propostas, a nossa visão para o país e contribuindo no parlamento para a mudança que parece-me, é evidente, os portugueses quiseram, para um país diferente", disse.

Sendo esta a posição de base, os liberais mostram-se "disponíveis para avaliar outros cenários", apesar de não serem esses o que atualmente estão em cima da mesa.

Segundo os resultados provisórios -- e ainda sem o apuramento dos quatro deputados pelos círculos da emigração -- os liberais firmaram-se como a quarta força política, conseguindo os mesmos oito deputados, com 5,08 % e 312.064 votos.

Apesar da subida em termos de número de votos, a IL falhou o objetivo a que se propôs de eleger 12 deputados.

Estas são as terceiras eleições legislativas às quais a IL concorre, tendo João Cotrim de Figueiredo sido o primeiro deputado da história do partido, quando conseguiu a eleição nas legislativas de 2019.

O presidente da IL, Rui Rocha, que assumiu a liderança do partido em janeiro de 2023 depois da saída de João Cotrim de Figueiredo, mostrou-se satisfeito por ter conseguido "consolidar o projeto liberal em Portugal", apesar de não ter alcançado a meta que traçou.
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