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Rui Rio: “Não foi uma derrota. Praticamente repetimos o resultado de 2015”

O líder social-democrata esperou para contar cabeças e fechou a noite com um discurso de derrota a quis dar um sabor de vitória. E não abriu o jogo: fica como deputado, o resto vê-se depois.

06 de Outubro de 2019 às 20:04
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Morais Sarmento: A tendência “é de bipolarização” e “não há qualquer derrota histórica”

A abstenção "aumentou pelo menos em percentagem", falta ainda saber como tal se refletirá nos resultados, mas dá já para tirar uma conclusão: a de que é urgente "a reforma da forma como comunicam os partidos políticos". José Silvano, secretário-geral do PSD, reagiu, desta forma às projecoes que apontam para uma percentagem elevada de abstenção, que terá atingido um novo recorde.

"Apesar da fragmentaçao partidária, do apelo do Presidente da República  e dos lideres partidários, a abstenção  continuou a aumentar. Isto valida a urgência da mensagem da reforma e da forma como comunicam os partidos politicos".

Foi com esta curta mensagem, sem lugar a quaisquer perguntas, que os sociais democratas reagiram às projecçoes da abstenção, no Hotel Marriot, em Lisboa, onde Rui Rio se prepara para passar a noite eleitoral.

O líder chegou por volta das 18:00, mas entrou sem prestar quaisquer declarações aos jornalistas. Encontra-se reunido com os seus mandatários numa sala num dos pisos superiores.

PSD ainda em silêncio face aos resultados
Na sede eleitoral do PSD não há ainda quaisquer reações oficiais às primeiras projeções da noite, que dão a vitória ao PS, ainda que sem maioria, mas podendo governar apenas com o PCP ou com o Bloco. 

Os resultados foram recebido com silêncio e em silêncio se mantém ainda o partido

 
David Justino: “O excesso de triunfalismo pode ser pouco avisado”

O PSD saudou o PS "pela vitória que as projeções anunciam", num "reconhecimento factual relativamente ao cenário central que as projecoes permitem concluir", mas não deixou de "chamar a atenção que o excesso de triunfalismo poderá ser pouco avisado".

 

A primeira reação do PSD às projeções de resultados para estas legislativas chegou 20 minutos depois das oito da noite e de as televisões anunciarem que o PS deverá ganhar as eleições, ainda que sem conseguir uma maioria, ou seja, tendo de governar ou com o PCP ou com o Bloco de Esquerda.

 

O PS pode ter "entre  33% e 40%" e "se se aproximar mais dos 34% será uma pequena vitória, se se aproximar mais dos 40% será  grande vitoria", avaliou Davis Justino. Já o PSD, se se aproximar mais dos 24%, "não nos compensa, mas se se aproximar dos 31%, então é algo que nos deixa um reconhecimento por parte do eleitorado", frizou.

 

"O resto da noite ainda nos vai esclarecer", rematou, lembrando que o partido registou um "aumento significativo" face aos valores das sondagens no início da campanha.

 

"Vamos aguradar mais algum tempo, as margens ainda são muito grandes" e além disso, "esta é uma noite em que todos ganham e nós não queremos assumir essa figura um pouco ridicula", acrescentou.

 

Apesar de se dispor a esperar, Justino não deixou de rematar, felicitando o PS e desejando "que possa servir o país como nós desejariamos servir também".

Morais Sarmento: A tendência “é de bipolarização” e “não há qualquer derrota histórica”

Se já "é certo que quem ganha é o PS", é de assinalar que "a tendência é para a bipolarização" e é preciso não esquecer que "há também a assinalar uma entrada em cena de pequenos partidos". Cauteloso, Nuno Morais Sarmento vai avisando que "vamos ter de esperar pelos resultados" mas não antevê "nenhuma derrota histórica".

 

Na sede da noite eleitoral social democrata, Morais Sarmento desceu à sala onde jornalistas e alguns (poucos) militantes vão acompanhando os resultados pelos ecrans das televisões. Foi um dos poucos barões do PSD que apareceu e o único, até agora, que falou aos jornalistas.

 

Lá em cima, na sala de um dos pisos superiores onde Rui Rio e os seus mandatários aguardam resultados mais definitivos, "não há ninguém a roer as unhas e está tudo tranquilo", assugurou.

 

Para já, espera-se, portanto, porque o intervalo apresentado pelas sondagens à boca das urnas é grande e pode significar uma grande ou uma menos grande derrota. Na que foi feita pela Intercampus para a CMTV, o PSD arrecada 27,9%. "No início da campanha, as sondagens apontavam para os 20%", lembra Morais Sarmento. E insiste: "Os pequenos partidos à direita que estão a entrar tiveram o seu efeito, muito embora tenha sido o CDS a sofrer as maiores consequências.

 

Sendo já certa a derrota, deve Rui Rio sair? Deve ser convocado um congresso extraordinário? "Há um congresso proximamente, não é preciso marca nenum extraordinário", responde apenas Morais Sarmento.

 

Ainda há margem para os 30% e "é a votação reforçada no PSd que afasta o PS da maioria absoluta, remata, pouco antes de voltar a entrar no elevador para de novo se juntar ao líder laranja.
Rui Rio: “Não foi uma derrota. Praticamente repetimos o resultado de 2015”

"O PSD não atingiu o seu principal objetivo, mas se formos analisar as circunstâncias e a hecatombe que diziam que íamos ter, este resultado é positivo. Não atingimos o principal objetivo, mas o PS não teve maioria absoluta e o PSD também não teve o pior resultado de sempre". Pouco faltava para a meia noite quando Rui Rio, rodeado pelos seus vice-presidentes e precedido por aplausos, subiu ao palco para fazer o seu discurso da noite e dar a resposta à pergunta que desde as primeira sondagens à boca das urnas todos colocavam Qual a dimensão da derrota?

E foi em tom de vencedor que Rui Rio entrou na sala. Agradeceu a quem nele votou, cumprimentou "democraticamente todos os adversários e em particular o PS e o dr. António Costa" e lançou-se nas explicações que trazia preparadas.  A conjuntura externa, "que permitiu um contraponto ao tempo da troika apesar de essa comparação  não ser politicamente justa ao PSD", depois, o surgimento de pequenos partidos, "alguns deles de dentro do PSD" e "uma perda da ordem dos 2% no PSD e tb do CDS".

E mais. A "permanente instabilidade dentro do partido", uma instabilidade "de uma dimensão nunca antes vista na história do PSD e motivada por ambições pessoais", e as sondagens, sempre negativas. Os 20% que lhe davam no início da campanha e que, afinal, se viriam a mostrar tão desajustadas. E quanto Rio falava, a sala erguia-se em aplausos e gritos de "PSD, PSD, PSD". "Não foi uma derrota, praticamente repetimos o resultado de 2015", sublinhou.

 "Apesar do enquadramento difícil, cumprimos a nossa obrigação. Apresentámos um programa e não faltaram propostas, debatemo-las, nunca fugimos a nenhum debate. Na composição das listas, conciliámos a renovação com a experiência, como deve ser feito. Fizemos uma campanha mais económica e com mais proximidade às pessoas. Nunca baixámos o nível, como alguns dos nossos adversários o acabaram por fazer. Mantivemos sempre o sentido de estado, a elevação e até mesmo a boa disposição", prosseguiu o líder social democrata.

"O PSD é suficientemente grande e capaz para apresentar a única alternativa para governar Portugal" e "Praticamente repetimos o resultado de 2015" pelo que a vitória do PS "não foi assim tão grande" E foram "manifestamente exageradas as previsões de alguns de uma hecatombe para o PSD".

Entre aplausos e gritos de "PSD, PSD, PSD", numa sala cheia, a contrastar com o desânimo e silêncio do início da noite, Rio garantiu que sim, que fica como deputado, e deixou no ar que também está para ficar na liderança, mas nunca o chegou a dizer com todas as letras. À pergunta dos jornalistas, respondeu apenas: "Essa pergunta que me estão a fazer vai merecer maturidade, ouvir as pessoas, porque é assim que a maturidade manda fazer."

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