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Rui Tavares faz apelo contra voto útil

Numa altura em que PS e PSD se aproximam nas sondagens, o Livre faz campanha contra "a pressão do voto útil" e contra a política "taticista" e de "vistas curtas" de outros partidos.

António Pedro Santos/Lusa
23 de Janeiro de 2022 às 15:41
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O dirigente Rui Tavares apelou este domingo ao eleitorado que esteja a pensar votar no Livre para que não sinta "a pressão do voto útil" numa altura em que PS e PSD se aproximam nas sondagens.

"É essencial que todas as pessoas que desejam votar no Livre, que viram que o Livre trouxe conteúdo politico aos debates, que entendem a necessidade de o Livre estar no parlamento, representado da forma mais ampla possível, desejavelmente com um grupo parlamentar, que não deixem de o fazer", apelou Rui Tavares, que esta manhã esteve numa ação de campanha na Serra de Carnaxide, concelho de Oeiras.

O cabeça de lista por Lisboa, acompanhado pelo segundo e terceiro nome na lista para este círculo, Isabel Mendes Lopes e Carlos Teixeira, subiu a uma colina e do alto da Serra de Carnaxide - cuja conservação é defendida pelo partido, travando a construção de projetos urbanísticos na área - pediu ao eleitorado para que não se sinta pressionado pela aproximação entre PS e PSD na reta final da campanha.

"Que não sintam a pressão do voto útil nos últimos dias, porque o voto útil é mesmo em ter este sentido de responsabilidade e em ter esta visão de futuro no parlamento", vincou, insistindo que "um voto no Livre em qualquer distrito é um voto útil, é um voto construtivo".

Para o dirigente "ao mesmo tempo, nitidamente é preciso sair desta política taticista, sair das vistas curtas que às vezes os diretórios partidários têm e é preciso votar com visão de futuro".

"A partir de 31 de janeiro uma coisa é certa: vai ser preciso reconstruir muito e também reconstruir muito à esquerda", disse.

Insistindo na necessidade de mudança de discurso à esquerda e na convergência após o dia 30, Tavares considerou que a formação de um bloco central é indesejável, principalmente em época de aplicação dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Para Tavares, "para mobilizar eleitorado de esquerda é necessário que outros partidos" também apelem à convergência, defendendo que se não o disserem, "o eleitorado à esquerda deve fazer uma escolha pelo Livre porque sabe que o Livre transmite essa mensagem".

"Porque a partir de certa altura, entre as polémicas e os ataques cruzados entre partidos de esquerda chegamos à conclusão de que há uma mensagem e há uma linguagem que, de facto, os partidos entendem sempre que é o do voto na urna. E, portanto, votos reforçados no Livre passam a mensagem a toda a gente que é preciso ser responsável, é preciso ter visão de futuro e é preciso reconstruir aquelas pontes que alguns agora parecem tão empenhados em destruir", rematou.
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