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Cameron: Governo trabalhista irá "frequentemente aos bolsos das pessoas" se for eleito

O primeiro-ministro alertou os britânicos para os "riscos dos trabalhistas aumentarem os impostos" se forem eleitos. Por seu turno, o partido de Ed Miliband anunciou que pretende cortar os impostos para as pequenas empresas e acusou Cameron de impor a maior dose de austeridade em mais de 80 anos.

Reuters
31 de Março de 2015 às 14:20
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O peso dos impostos nos bolsos dos britânicos. Ao segundo dia da campanha eleitoral no Reino Unido, este tem sido o tema central dos dois partidos favoritos à vitória.

 

O primeiro-ministro conservador partiu ao ataque e, em duas entrevistas que deu a programas matinais esta terça-feira, 31 de Março, acusou os trabalhistas de quererem aumentar os impostos no futuro.

 

David Cameron disse, primeiro na BBC, que as eleições são uma "escolha" sobre se os britânicos "querem um governo que vai conseguir poupanças" ou se querem um governo trabalhista que "irá frequentemente aos bolsos das pessoas".

 

Depois, na Sky News, voltou a falar de escolhas que passam ou pela continuação do plano do seu Governo, ou por um Executivo trabalhista que se opôs a este plano. Esta oposição ao plano irá criar "problemas de dívida" e de "gastos excessivos" que vão levar o "Reino Unido de volta ao passado".

 

Por isto mesmo, Cameron tem sido acusado de fazer uma campanha negativa e baseada em ataques pessoais a Ed Milliband que acusou ser um "socialista de Hampstead" um bairro de classe média alta em Londres. O primeiro-ministro negou as acusações e diz que não pede desculpas sobre estar a alertar para os "riscos dos trabalhistas aumentarem os impostos".

 

David Cameron também já prometeu fazer cortes de benefícios sociais no valor de 12 mil milhões de libras no total. Questionado sobre onde pretende arrecadar este valor, o primeiro-ministro respondeu que as poupanças serão alcançadas através do congelamento de benefícios para pessoas em idade activa.

 

Por seu turno, o partido trabalhista anunciou a intenção de proceder à redução de impostos para as pequenas empresas. O trabalhista Ed Balls anunciou hoje que pretende reduzir os impostos a 1,5 milhões de pequenas empresas logo no primeiro ano de governação do governo trabalhista. Segundo o ministro das Finanças na sombra, este plano vai permitir "criar mais empregos" e vai criar "um sistema fiscal mais simples e justos para os pequenos negócios".

 

Empate nas sondagens

Nas sondagens, os dois principais partidos surgem muito próximos. Uma sondagem da TNS UK mostra uma ligeira sondagem para os conservadores (33%) face aos trabalhistas (32%) nas intenções de voto.

 

Segue-se o partido de extrema-direita UKIP (16%) e dos liberais democratas (5%). Contudo, questionados sobre quem consideram que vai vencer as eleições, 36% dos inquiridos atribuem uma vitória a David Cameron, com 28% a apontar para Ed Milliband.

 

Outra sondagem atribui um empate técnico aos trabalhistas e conservadores (35% no total). O UKIP surge em terceiro (12%), seguido dos liberais democratas (8%) e os verdes (5%).

 

Economia em recuperação

Vários dados demonstraram hoje uma perspectiva económica positiva para o Reino Unido. O crescimento foi revisto em alta de 2,6% para 2,8%, segundo o instituto de estatísticas britânico, a confiança dos consumidores britânicos atingiu um máximo de 13 anos, enquanto o rendimento das famílias regressou a níveis pré-crise.

 

"Hoje tivemos um hat-trick de boas notícias sobre a economia britânica e com 37 dias para as eleições, este é outro sinal que uma mudança de rumo iria colocar a recuperação em risco", disse o ministro das Finanças britânico, George Osborne.

 

Os trabalhistas reagiram e acusaram o Executivo de David Cameron de ter imposto a maior dose de austeridade no Reino Unido em mais de 80 anos. "Se os conservadores querem andar a dizer que o seu plano está a funcionar", a realidade é que vivemos actualmente o maior apertão fiscal na qualidade de vida das pessoas desde 1920", disse Ed Balls.

 

Números de David Cameron não batem certo

 

No primeiro dia de campanha, David Cameron garantiu que, uma vitória dos conservadores, vai fazer com que o próximo governo corte impostos para "30 milhões de pessoas que trabalham no duro".  

 

A alternativa será "o caos económico do Reino Unido de Ed Miliband", alertando que as famílias britânicas vão sofrer um aumento fiscal no valor de três mil libras para pagar "mais segurança social e despesa fora de controlo".

 

Mas este valor foi criticado pelo Institute of Fiscal Studies, um instituto independente que analisa as contas públicas do Reino Unido. "Faz pouco sentido andar a atirar números que sugerem que um partido vai aumentar os impostos três mil libras em média para cada família. Não sabemos o que vai ser feito após as eleições. E nenhum dos principais partidos disse algo a sugerir o que estão a planear fazer".

 

Ukip critica política de imigração de Cameron

 

Os eurocépticos e anti-imigração do UKIP vieram hoje atacar o Governo conservador por não travar o fluxo de imigração para o Reino Unido. Pediu assim a introdução de um tecto máximo no valor de 30 mil imigrantes por ano, o valor médio entre 1950 e 2000. "Era um nível no qual o país estava confortável, no qual a integração era possível e, principalmente, não comprimia e reduzia os salários das pessoas".

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