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Trump aumenta expectativas de acordo comercial com China e adia tarifas
O presidente norte-americano intensificou este domingo a expectativa de um entendimento comercial entre os EUA e a China antes da data-limite de 1 de março. E por isso decidiu adiar a imposição de novas tarifas aduaneiras nessa data, estando agora a pensar já no encontro com o seu homólogo chinês para selarem um acordo.
Num tweet publicado perto das 23h deste domingo (hora de Lisboa, 18h em Washington), o presidente norte-americano fez aumentar a esperança de que os EUA e a China cheguem a um entendimento na frente comercial antes da data-limite de 1 de março estipulada em novembro pelos líderes das duas maiores economias mundiais.
O dia 1 de março, recorde-se, é a data em que terminam os 90 dias de tréguas comerciais acordadas entre ambas as partes no final de novembro, à margem do G20 que decorreu em Buenos Aires, Argentina.
Chegou a ser aventada a possibilidade de se estender esse prazo, mas há ainda esperança num acordo até essa data.
"Congratulo-me em dizer que os EUA realizaram progressos substanciais nas conversações comerciais com a China", escreveu Donald Trump na sua rede social preferida para fazer anúncios oficiais.
I am pleased to report that the U.S. has made substantial progress in our trade talks with China on important structural issues including intellectual property protection, technology transfer, agriculture, services, currency, and many other issues. As a result of these very......
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 24 de fevereiro de 2019
....productive talks, I will be delaying the U.S. increase in tariffs now scheduled for March 1. Assuming both sides make additional progress, we will be planning a Summit for President Xi and myself, at Mar-a-Lago, to conclude an agreement. A very good weekend for U.S. & China!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 24 de fevereiro de 2019
O chefe da Casa Branca sublinha que houve uma evolução positiva no que diz respeito a importantes questões estruturais, "incluindo a proteção da propriedade intelectual, transferência de tecnologia, agricultura, serviços, câmbios e muitos outros assuntos".
"Em resultado destas conversações bastante produtivas, adiarei o aumento das tarifas aduaneiras sobre as importações chinesas que está definido para 1 de março. Partindo do princípio de que ambos os lados realizarão mais progressos, eu e o presidente Xi planearemos uma cimeira, em Mar-a-Lago [a residência de férias do presidente norte-americano na Flórida], para concluir um acordo. Foi um fim de semana muito bom para os Estados Unidos e a China!", salienta Trump.
Trump tinha já afirmado na sexta-feira, 22 de fevereiro, que havia "uma boa probabilidade" de haver acordo e que poderia estender o prazo de 1 de março (de aplicação de tarifas alfandegárias adicionais) e avançar com um encontro com o seu homólogo chinês, Xi Jinping.
Ainda na sexta-feira, Trump e o secretário norte-americano do Tesouro, Steven Mnuchin, declararam que os EUA e a China tinham alcançado um entendimento em matéria cambial, mas sem darem mais pormenores.
Durante este fim de semana prosseguiram negociações de alto nível - este domingo Mnuchin esteve reunido com o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He - que culminaram agora com os tweets otimistas de Trump.
Se não for alcançado um acordo, os Estados Unidos vão aumentar de 10% para 25% a tarifa aplicada sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares de importações chinesas, a que Pequim deverá responder com uma subida das taxas aduaneiras sobre cerca de 60 mil milhões de dólares de bens norte-americanos (anunciadas no ano passado como forma de retaliação).
(notícia atualizada às 23:15)